Ser Universitario
 

Trabalhar em casa, mas na casa de alguém

23/06/2015 - 11:42h

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Trabalhar em casa tem vantagens óbvias, mas digitar na cama, de pijama, não é necessariamente tão produtivo quanto sentado em um escritório. Um novo projeto sueco visa a ajudar freelancers a tornar as coisas mais fáceis, transformando apartamentos e casas em espaços de coworking temporários.

Na parte da manhã, 10 ou 12 pessoas podem aparecer no apartamento de alguém, em Estocolmo, e se instalarem no sofá, na mesa da cozinha, ou num quarto, quando precisam de privacidade para falar ao telefone. E, preenchendo o espaço com pessoas trabalhando, e através da criação de uma estrutura não convencional, freelancers encontram uma nova forma de se concentrar no seu trabalho. 

O Hoffice funciona assim: alguém que trabalha em home office convida amigos (ou estranhos aleatórios) para vir se juntar a ele. Na parte da manhã, uma comitiva portando laptops entra porta a dentro e, em seguida as coisas começam a funcionar de uma forma curiosa. O anfitrião configura um cronômetro para despertar em 45 minutos e todos se ocupam com suas tarefas. A jornalista sueca Agneta Lagercrantz descreve em seu blog o que acontece a seguir:

“45 minutos a uma hora, só ouvimos o relógio de parede – tic-tac, tic-tac – e sons de tecla de laptop. Ou alguém de repente se levanta, e sussurrando desaparece com o telefone celular. Em seguida, vem o sinal de alarme. É tempo para a pausa de dez minutos com alongamento, meditação – ou, por que não, dançar disco music?”

Sim, eles recomendam este vídeo com exercícios engraçados, porém científicos:

Antes da próxima sessão começar, todo mundo anuncia seu objetivo: “Eu vou preparar uma apresentação”, “Eu vou criar um boletim informativo.” Então, de volta ao trabalho.

O Hoffice (junção das palavras Home Office /casa escritório) foi criado por Christofer Franzen, 35, um psicólogo sueco que estuda como as pessoas podem trabalhar de forma mais eficiente. No ano passado, depois de terminar a sua tese de mestrado, “ele estava cansado de trabalhar em cafés e teve essa ideia: E se eu e meus amigos nos reuníssemos para trabalhar?”, conta Gösta Tingstrom, de 52 anos, um amigo de Franzen de que trabalha como consultor de negócios, mas não tem um escritório. Assim, eles reuniram alguns outros amigos e começaram a trabalhar nas casas uns dos outros – de graça.

A seguir, diversos Hoffices foram surgindo pela cidade, e todos funcionam da mesma forma. Os participantes, não mais de 10 por grupo, aprendem as mesmas ferramentas de produtividade. Cada um divide sua jornada de trabalho em parcelas de 45 minutos, com 15 minutos de intervalos em grupo, que podem ser utilizados para jogar, correr, ou até dançar. Diversos estudos, especialmente uma pesquisa da Associação Americana de Psicologia em 1993, constataram que as pessoas conseguem produzir mais quando trabalham em curtos períodos de “explosão”.

Antes de cada sessão de 45 minutos, os participantes anunciam ao grupo o que eles pretendem cumprir no próximo período – finalizar uma planilha, prospectar um cliente, etc. “Acreditamos que isto torna a pessoa mais comprometida a cumprir o que pretende fazer”, explica Tinsgtrom. “Isto também permite que a pessoa contabilize sua produção. O grupo ajuda cada profissional a traçar metas realistas”, ele completa. No meio do dia, todos tiram uma pausa de cerca de uma hora para o almoço. O anfitrião é reembolsado pelos mantimentos utilizados, e esta é a única parte que custa dinheiro aos participantes. 

Atualmente o projeto sueco já se espalhou para diversas partes do mundo. Existe inclusive um em São Paulo.

*Por Denise Ferreira

 


Fonte: ecoredesocial.com.br


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