26/07/2015 - 11:02h
No dia 26 de julho, é comemorado o Dia do Arqueólogo no Brasil. Com um mercado crescente, a arqueologia pode ser um caminho interessante para quem está em dúvida na escolha da profissão. Segundo Gilson Rambelli, Professor do departamento de arqueologia da Universidade Federal de Sergipe e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Arqueologia, o trabalho “une o útil ao agradável”. Agradável para quem gosta de estudar história, desenvolvimento da cultura e das sociedades; e útil por oferecer boas oportunidades financeiras.
O arqueólogo é o profissional que estuda a sociedade por meio da cultura material. “Se, depois de alguns anos, encontrarem um diário em que eu dizia que só comia chocolate suíço e tomava bebidas caras, isso pode ser desmentido, caso um estudo arqueológico mostre que na minha casa só havia restos de pão e água”, exemplifica o professor.
Desde 2002, uma portaria do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) estabelece que, junto aos estudos ambientais, as obras realizadas no Brasil precisam apresentar também uma análise de impacto arqueológico. Para isso, é preciso que um profissional avalie as possibilidade da região afetada possuir um sítio arqueológico e, confirmando a hipótese, faça o trabalho de preservação do material histórico.
Rambelli entende que a portaria colocou a profissão em um patamar fundamental da sociedade e criou um novo mercado, propiciando o surgimento de empresas especializadas em realizar os estudos, além de vagas no serviço público. Em junho, o Iphan realizou um concurso para arqueólogos: eram 48 vagas para 40 horas semanais e salário de R$ 8,3 mil. “Muitos estudantes já saem empregados e ganhando bem. E, claro, para aqueles que desejam se especializar e trabalhar no Egito, ainda existem possibilidades”, brinca.
Além da brincadeira com o país das pirâmides, o professor esclarece que existem diversas possibilidades não apenas para pesquisa em países do velho mundo, mas também no Brasil.
Outra opção para o arqueólogo é seguir a carreira acadêmica, lecionando e realizando pesquisas em Universidades. Rambelli comenta, ainda, que existem diversas áreas de especialização, tornando o campo bastante eclético. Ele mesmo, além de dar aulas na graduação e na pós, é especializado em arqueologia subaquática.
Teoria e prática
Já na reta final do curso, a estudante Érika Sousa Vieira de Castro comenta que pretende seguir carreira acadêmica e, no futuro, pensa em criar uma empresa. Além dos conhecimentos adquiridos na faculdade, ela complementa a formação e ganha experiência atuando como diretora-presidente da Consultoria Arqueológica Júnior da Universidade Federal de Sergipe, a primeira empresa júnior da área no Brasil. Érika comenta que o curso é bastante equilibrado na relação entre teoria e prática.
Se os salários são atrativos e as oportunidades crescentes, por outro lado, Rambelli comenta que a ausência de regulamentação da profissão ainda é um problema. “Faltam regras que deixem claro quem pode atuar na área. A parte técnica do trabalho no campo é simples, mas a reflexão sobre o material encontrado exige uma reflexão mais profunda. A formação faz diferença.”
Onde estudar
A nova realidade mercadológica fez surgirem novos Cursos De Graduação. Durante muito tempo, quem queria seguir a carreira precisava fazer uma pós-graduação. Nos anos 80, a única opção de Faculdade na área era oferecida pela Universidade Estácio de Sá, mas o curso foi fechado na década seguinte.
A situação mudou nos anos 2000. Atualmente, oito instituições de todas as regiões do País oferecem bacharelado em arqueologia. São elas: Pontifícia Universidade Católica de Goiás; Universidade Federal de Sergipe; Universidade Federal de Pernambuco; Universidade Federal do Rio Grande; Universidade Federal de Rondônia; Universidade do Estado da Bahia; Universidade Estadual do Rio de Janeiro; Universidade do Estado do Amazonas.
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