08/08/2018 - 18:43h
Alessandro Rodrigo da Silva é aluno do segundo semestre do curso de Educação Física da Universidade de Taubaté (UNITAU) e campeão paralímpico de lançamento de disco.
O atleta é nascido em Santo André e se mudou para Taubaté no começo deste ano a convite da Equipe do Esporte para Todos, projeto que promove prática esportiva de alto rendimento destinada a pessoas com deficiência. O estudante conta que sempre praticou esportes até perder a visão, há cerca de sete anos. “Fiz alguns tipos de artes marciais, musculação, capoeira, muay thai, hapkido e, quando perdi a visão, por volta dos 27 anos, eu conheci o esporte paralímpico. Foi quando eu comecei na prova de campo do arremesso de peso”. O estudante faz parte da categoria F11, que agrega atletas com perda total da visão.
Alessandro foi convocado para a Seleção Brasileira e para participações em competições internacionais em 2015, quando esteve nos Jogos Parapan-americanos em Toronto, no Canadá, e ganhou medalhas de ouro no arremesso de peso e no lançamento de disco. Desde então, nunca mais saiu do selecionado nacional. “Fui chamado para representar a seleção no Mundial de Paratletismo em Doha. Em 2016, vieram as Paralimpíadas do Rio, quando fui ouro no lançamento de disco. No ano passado, no Mundial de Paratletismo em Londres, também e ganhei o ouro. Neste ano, também tive algumas viagens para Dubai, Alemanha e França”, conta o aluno.
O foco do aluno agora são os Jogos Paralímpicos de Tóquio, em 2020, competição para a qual treina nas modalidades arremesso de peso e lançamento de disco. Alessandro ressalta que as expectativas para os Jogos são grandes. “Hoje estou entre os três melhores do mundo, tanto no peso quanto no disco, e pretendo ganhar medalha nas duas categorias no Japão”.
O ponto mais alto da carreira de Alessandro até agora foram as Olimpíadas de 2016. De acordo com o estudante, a possibilidade de ganhar o ouro era alta mesmo antes dos jogos, e a emoção de representar o Brasil só o ajudou a conquistar o lugar mais alto do pódio. “Valeu a pena ver a torcida gritando meu nome, o estádio cheio, foi uma coisa inacreditável. Só estando lá para explicar a felicidade de representar o país na primeira Olimpíada aqui e ganhar a medalha de ouro”, conta Alessandro, emocionado. Além de participar dos Jogos, o atleta também conduziu a Tocha Olímpica na cidade de São Bernardo do Campo.
Alessandro já é formado em Química, e agora seu novo desafio é cursar Educação Física. O aluno está no segundo semestre e ressalta que quis entrar para o curso com o intuito de entender mais sobre os esportes que pratica e deseja, futuramente, poder auxiliar outras pessoas a terem um melhor desempenho na prática esportiva. “A Universidade é bem conceituada e tenho apoio com a bolsa atleta, então isso aumentou bastante o meu vínculo com a UNITAU”, frisa o estudante.
Durante as aulas, Alessandro é auxiliado por uma cuidadora que escreve por ele e o ajuda na locomoção pelo Campus do Bom Conselho. A maior dificuldade para o aluno na Universidade não são as provas ou trabalhos, mas, sim, conciliar a presença nas aulas e participar de competições internacionais. “Eu preciso muitas vezes pedir para adiantar provas, pegar matérias com colegas quando não posso ir. Nos próximos anos, terei algumas competições, então vou precisar bastante da compreensão das pessoas, sem deixar de estudar e de ser um bom profissional. Mas nada é impossível para mim. Mudar o impossível é meu lema”, completa.
Entre suas principais metas para o futuro está manter o bom desempenho e garantir medalhas nas próximas competições. “Em 2019, ainda quero melhorar minha marca pessoal e, nos próximos três anos, tenho disputas importantes. Isso me faz querer continuar a manter minha colocação e permanecer na seleção brasileira pelo menos até 2024”, finaliza Alessandro
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