A trajetória dos familiares sempre despertou a atenção do estudante Eduardo Azzolini Volnistem pela Alemanha. Natural de Presidente Prudente (SP), hoje ele é um dos bolsistas do Programa Ciências Sem Fronteiras, na Universidade de Munster. A oportunidade de estudar no exterior tem atraído cada vez mais o interesse dos brasileiros pelo programa.
Desde que foi criado, em 2011, até março deste ano, quando foi feita a última atualização de dados, foram concedidas 19.601 bolsas a estudantes brasileiros no exterior. A maior parte delas (14.256) é destinada à graduação sanduíche, modalidade de ensino superior em que o estudante realiza parte dos seus estudos em uma instituição estrangeira. Engenharia e as áreas tecnológicas lideram a distribuição de bolsas (7.573).
Os números indicam que depois da graduação sanduíche as demandas se distribuem entre o doutorado sanduíche (3.060), o pós-doutorado (1.662) e o doutorado completo no exterior (621).
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"A meta é conceder 101 mil bolsas até 2015. Depois, o governo federal vai decidir se vai dar continuidade ao programa", explica a analista integrante da Coordenação de Ações Internacionais do programa Ciência sem Fronteiras, Lisandra Santos.
Dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), responsável pelo programa em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), mostram que a Universidade de São Paulo (USP) é a campeã de distribuição de bolsas por instituição de origem.
A busca pela qualificação profissional e a experiência de viver fora do País são motivações para quem ingressa no programa. Mas viver uma cultura diferente também pode proporcionar estranhamentos e dificuldades de adaptação. "No início, a língua era um problema, mesmo com um pequeno conhecimento anterior demorei um pouco para começar a me comunicar", conta o estudante Eduardo Volnistem, que está na Universidade de Münster há três meses.
No caso de bolsistas brasileiros na Alemanha, o Ministério das Relações Exteriores preparou um guia em que aborda questões referentes à adaptação. O manual é categórico: "manter a mente aberta é pré-requisito para experiências mais ricas". O guia reconhece ainda que momentos difíceis, saudade e cansaço são normais, "mas quanto maior o obstáculo, maior o orgulho de tê-lo superado", destaca. Mais do que o conhecimento teórico obtido, a ampliação da visão de mundo é considerada um dos principais ganhos da experiência no exterior.
"Até o momento, além do principal objetivo, que é o conhecimento na minha área, a língua e a convivência com outra cultura foram os principais aprendizados", reconhece Volnistem.
Países mais procurados
Diversas instituições de ensino contemplam as parcerias feitas pelo programa Ciência sem Fronteiras. De acordo com o CNPq, os Estados Unidos são o país mais procurado, com 4.383 bolsistas (incluindo todas as modalidades de bolsas). Na sequência, aparecem Portugal, França, Espanha e Canadá.
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"A língua é um grande empecilho. Até recentemente a grande procura era por Portugal e Espanha, justamente porque a maioria dos candidatos da graduação sanduíche não tinham a proficiência em inglês", explica Santos.
Segundo ela, para vencer essa dificuldade, o MEC estabeleceu através da Capes uma parceria com um instituto de inglês para oferecer cursos online gratuitos. A ideia é qualificar os candidatos e prepará-los para as chamadas públicas. Além disso, o Ministério Da Educação suspendeu neste semestre a oferta de bolsas de graduação em Portugal. A medida foi anunciada pelo ministro da Educação Aloizio Mercadante em 24 de abril.
Sobre o programa
Para se inscrever, é preciso ficar atento às chamadas públicas divulgadas pelo CNPq ou pela Capes, no portal do programa.
Entre os requisitos básicos para o candidato de graduação estão: ter nacionalidade brasileira, ter cumprido no mínimo dois semestres no Curso De Graduação habilitado, apresentar nota mínima de 79 no exame de proficiência em inglês TOEFL iBT Test e assumir o compromisso de permanecer no Brasil pelo dobro do período em que esteve no exterior como bolsista.