12/01/2016 - 12:01h
Raphael de Souza, aos 19 anos, tremia quando descobriu que havia conseguido, pelo segundo ano consecutivo, conquistar a nota máxima na redação do Enem. O jovem, nascido em Niterói (RJ), busca uma vaga em medicina na Universidade Federal Fluminense (UFF) ou na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“Não achava que tiraria 1.000, foi choque total. Minha mãe gritava pela casa, foi uma surpresa muito grande”, conta. Ele considera que o apoio da família e dos amigos tenha sido fundamental para não desistir de cursar medicina.
Mesmo com o desempenho de destaque na redação, a pontuação no Enem 2014 não foi suficiente para aprová-lo no ensino superior. Neste ano, ele espera conseguir ingressar na universidade. Tomando como referência a primeira nota de corte do Sisu divulgada nesta terça (12), o jovem está acima do mínimo exigido para o curso de medicina da UFRJ e poucos pontos abaixo do esperado na UFF – ele acredita que pode ser chamado na lista de espera.
Dicas
De acordo com o candidato, um dos segredos para ter sucesso no exame é treinar formular a redação. Raphael diz que escrevia uma ou duas dissertações por semana, durante o ano inteiro, e mostrava os textos para a monitoria do cursinho pré-Vestibular. “Me apontavam os erros e eu ia consertando a cada semana”, relata.
Com o treino constante, ele passou a escrever redações no formato exigido pelo Enem com mais rapidez. “É importante já ter a estrutura do texto em mente, porque aí basta adaptá-la ao tema pedido no exame. O tempo é curto, então é uma batalha conseguir escrever uma boa redação”, afirma. Raphael também conta que escolhe títulos de impacto, para conseguir impressionar os corretores do Enem.
O jovem recomenda que os candidatos comecem a prova pela redação, para que redijam o texto quando ainda estiverem descansados.
“Não dá para chutar na redação, caso o tempo acabe. Então vale mais a pena estar com a mente fresca na hora de escrever. Ainda mais para medicina, curso em que a área de Linguagens tem um peso importante na nota final”, diz.
Raphael conta que, mesmo após ter tirado a nota máxima no Enem 2014, não se acomodou e continuou exercitando sua capacidade de escrita. “Em 2015, foquei mais no que não consegui ir bem no ano passado. Mas treinei redação também, porque não tem como garantir nada no Enem e nos vestibulares. É muito imprevisível.”
Rotina
Durante o ano, Raphael acordava às 6 horas para estudar em casa. À tarde, ia para o cursinho e, quando voltava, continuava revisando os conteúdos até as 23 horas. Nos fins de semana, frequentava as aulas especiais e fazia os simulados.
“Sei que é muito difícil ser aprovado em medicina. Mesmo estudando, tem gente que está se preparando há mais tempo. É como se fosse uma fila que vai andando, uma hora chega a sua vez”, conta.
Mesmo com a forte concorrência, ele não desistiu de cursar medicina. Os interesses pela ciência e pelo funcionamento do corpo humano fizeram com que ele optasse pela profissão quando estava no ensino médio. “Eu já brincava, quando era pequeno, de dizer que que queria ser médico. Depois, mesmo tendo a real dimensão da escolha, tomei a decisão. Gosto de cuidar das pessoas”, diz.
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