04/01/2016 - 13:01h
A confirmação da existência de quatro novos elementos químicos não deve ser motivo de preocupação para estudantes que prestarão vestibulares neste ano, segundo Professores dos cursinhos Poli e Anglo ouvidos pelo G1.
"Para os vestibulares que vão ocorrer agora, muito difícil ser peguntado. Até porque as provas já estão prontas", comenta o Professor Rubens Faria, professor de química da Poli.
A opinião de Faria é compartilhada pelo professor João Usberco, supervisor de química do Anglo Vestibulares. Ele acrescenta ainda que os elementos cuja existência foram confirmada não trazem impacto direto na vida dos estudantes.
"Esses elementos já foram descobertos, e eles foram agora reconhecidos. A vida deles é muito pequena, (os cientistas) não conseguem sequer caracterizar suas propriedades. Mesmo no Enem, não tem sentido nenhum. A inclusão não afeta as provas e nem o dia dia do aluno", comenta Usberco.
"Quando o assunto é tabela periódica, o aluno tem que saber interpertar. A tabela é para ser consultada, os vestibulares agora fornecem e o aluno tem que ter noção de como ela foi construída", afirma o professor João Usberco.
Já para o professor Rubens Faria, é até possível que a inclusão seja citada eventualmente em alguma prova, mas como forma de contextualização da pergunta. "Isso envolve fisica quantica, não questões de ensino médio. Os alunos do ensino médio raramente passam dos elementos da terceiro linha", comenta Faria.
Ele ressalta que as cobranças já foram mais "traumatizantes" em outros períodos, já que atualmente não se cobra mais decorar a tabela. "Eu costumo dizer: ninguem decora uma planilha do Excel, a tabela é assim. É uma sistematização. Os alunos precisam ter noção dos elementos mais representativos."
Elementos artificiais
Os elementos produzidos artificialmente nos últimos anos tiveram sua existência confirmada pela IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada) e completam agora a sétima linha da Tabela Periódica.
Um grupo de pesquisa japonês conquistou o direito de batizar o novo elemento químico 113, o primeiro a ser nomeado por cientistas asiáticos. Os elementos de número atômico 115, 117, e 118 deverão ser batizados por um consórcio de cientistas americanos e russos que os produziram.
O direito de batizar os novos átomos produzidos foi endossado também pela IUPAP (União Internacional de Física Pura e Aplicada). Para conquistar a honra, os grupos de pesquisa tiveram de confirmar seus resultados repetindo experimentos. O elemento 113 foi criado três vezes pelos japoneses, entre 2004 e 2012.
Os novos elementos não existem na natureza e são criados por aceleradores de partículas que fazem elementos menores colidirem entre si e se fundir. Os átomos criados nessas condições sobrevivem por apenas algumas frações de segundo.
Segundo Kosuke Morita, líder do grupo de pesquisa que criou o elemento 113, ele e seus colegas ainda estão discutindo qual nome dar ao elemento que criaram. Russos e americanos também não se manifestaram ainda.
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