Terça-feira, 25 de novembro de 2008. Coloco-me a escrever mais um dos inúmeros artigos semanais que publico em meu site pessoal. Porém, este tem algo de diferente e triste. Vou relembrar um pouco do pesadelo que vivemos no último fim de semana com as terríveis enchentes que abalaram Santa Catarina.

Desta vez não fui um mero expectador que acompanha tudo pelo Jornal Nacional e chora em solidariedade aos outros. As minhas lágrimas se misturaram nas águas da enchente. Meus pais perderam tudo que tinham adquirido nos últimos anos: móveis, eletrodomésticos e sonhos levados pela força da água.

Caos total. Milhares de desabrigados. Pessoas ilhadas e o desespero como pano de fundo para a tragédia anunciada. Será o fim do mundo? Será o aviso de que o planeta está sofrendo com a destruição causada pelo próprio homem? Aqui se faz e aqui se paga. Mesmo que muitos estejam pagando pelo dano de alguns.

Santa Catarina está mais triste. Blumenau, Camboriú, Itajaí, Ilhota, Balneário Camboriú, Itapema, Navegantes, Florianópolis, Palhoça, São José e outras cidades convivem com os prejuízos e a dor que toma conta de milhares de famílias que viram o trabalho de uma vida toda ir por água abaixo. E o que é pior, perderam a referência, o teto, o chão.

A violência não espera por dias melhores. Mesmo com as residências embaixo d’água as pessoas precisam voltar para suas casas, pois os marginais sem escrúpulos se aproveitam da desgraça alheia para saquear o que restou. Os supermercados não abrem com medo de assaltos. Onde vamos parar? Que mundo é esse?

Em um comércio próximo vimos o exemplo do capitalismo selvagem que coloca o lucro na frente do bem-estar da população. Com a escassez da água e de alimentos os inescrupulosos comerciantes chegam a quadruplicar os preços.

Em meio ao desespero vemos pessoas trabalhando para oferecer um pouco de conforto aos que foram atingidos. A solidariedade vem de encontro à necessidade. E a população ajuda a quem mais necessita. Que bom saber que existem pessoas assim.

E a vida segue. Vamos reconstruir o que foi destruído e com muita determinação começaremos do zero. É hora de sonhar novamente. Santa Catarina precisa sorrir.

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