03/02/2015 - 07:01h
Em janeiro de 2014, a média da inflação desses
itens foi de 3,80% (Foto: Reprodução / FGV)
O retorno às aulas em 2015 no Rio de Janeiro, previsto para segunda-feira (9), custará ao bolso de cariocas e fluminenses cerca de 12% mais do que em 2014. Esse é o percentual estimado do reajuste da mensalidade escolar pelo Sindicato de Escolas particulares do Rio de Janeiro (Sinepe-RJ).
A entidade ressaltou, no entanto, que cada instituição de ensino analisa sua planilha na hora de repassar esse reajuste. Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Escolar e Afins do Estado do Rio de Janeiro (Sinterj), o transporte escolar aumentou 10%. Já o material escolar, sofreu reajuste de 8%.
Se a pessoa tem dinheiro, o melhor é comprar à vista"
Myrian Lund, economista e professora na FGV
Desde que coloquei meus filhos no colégio, em 2008, eu pagava para cada um R$ 940 em média. Hoje, estarei pagando para a Carol R$ 2.185,75 e para o Pedro R$ 2.317,15. Realmente é muita loucura. Ano passado, eu pagava R$ 1.968,90 para a Carol e R$ 1.934,80 para o Pedro. E o Pedro ainda tem 10% desconto. Realmente para manter padrão de vida médio, nós temos que rebolar, analisou a empresária Ana Claudia Consenza, mãe dois estudantes e um Universitário.
Só no mês de janeiro, segundo o Índice de Preços do Consumidor da Fundação Getúlio Vargas, os gastos com material, transporte, cursos e lanchonete avançaram 3,73%, o dobro da inflação medida para o IPC/FGV, que foi de 1,51%.
O reajuste não surpreendeu e veio parecido com o praticado em 2014. A mensalidade escolar sobe " em geral " acima da inflação média. Os pais que não se convencerem da legitimidade do reajuste cobrado podem solicitar a escola os devidos esclarecimentos. As escolas repassam os aumentos dos salários e das tarifas públicas. Ano passado, a energia subiu 18%. Isso pode influenciar os reajustes, explicou o economista da FGV/IBRE, André Braz.
O transporte escolar repassa os aumentos dos combustíveis, os salários e os custos de manutenção do veículo, completou André Braz.
Apesar do aumento, segundo pesquisa realizada pela Fercomércio RJ/Ipsos, o percentual dos que irão optar pela compra do material escolar à vista é de 73%, o que representa um aumento de dois pontos percentuais em comparação com o ano anterior.
Pilha de contas à pagar de Ana Cláudia
(Foto: Ana Claudia Consenza / Arquivo Pessoal)
Novas edições geram custos
Para a secretária Carolina Prestes, mãe de três meninas, de 4, 6 e 13 anos, além do peso do aumento do material escolar, ela teve que lidar ainda com o fato de não poder reaproveitar os livros do ano anterior porque os títulos pedidos em 2015 para a sua filha mais velha, que cursa o nono ano do ensino fundamental, foram modificados.
Até o ano passado, eu sempre comprava usado. Porém, a escola, por pressão dos editores, muda os títulos e exige edições atualizadas que às vezes mudam só pouca coisa. Só com a Lara [de 13 anos] vou gastar 1300 [reais] só de livro, contou a moradora de São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos.
Na hora da compra do material escolar, a empresária Ana Claudia Consenza, que tem dois dos seus três filhos na mesma instituição de ensino na Gávea, Zona Sul do Rio, teve mais sorte do que Carolina. O filho Pedro, de 17 anos, do terceiro ano do ensino médio, pôde reutilizar os livros do ano anterior.
Quanto à Carol [filha Carolina, de 14 anos, que cursa o nono ano do ensino fundamental], nunca consigo aproveitar o material do Pedro, somente leitura, às vezes. Eles todos os anos mudam os livros. O material da Carol aumentou em média 12% do que gastei ano passado. Não só os livros, mas cadernos, lápis, etc, contou ao G1.
A única coisa que impressionantemente não encareceu nos últimos anos foram as mochilas, que antes eram uma fortuna. Hoje, você encontra mochilas excelentes e importadas de marca com custo igual ao de 4 anos atrás, comemorou Ana Claudia.
Dicas para economizar
Economista recomenda pesquisa
(Foto: Chrystine Mello/Prefeitura Barra Mansa)
De acordo com a economista Myrian Lund, professora dos MBAs da Fundação Getúlio Vargas, para economizar na hora da compra, é preciso antes de qualquer coisa, pesquisar de preço, tanto na internet, quanto nas lojas.
É tentar ver quais são os livros e ver se pela internet é mais barato () Ver no site quanto sairia, comprando diretamente. Se for à loja, pagar à vista e tentar conseguir um desconto, sugeriu.
Outro forma de poupar, segundo a economista, é reunir pais da mesma turma e comprar grande quantidade direto da editora. Vai dar uma economia de no mínimo 10%. Se você compra em quantidade na loja, também consegue desconto.
Outra dica da professora é pagar à vista. Se a pessoa tem dinheiro, o melhor é comprar à vista. Se for parcelar, parcelar o menor número de meses possível para não comprometer o ano da pessoa, completou a especialista.
Com as despesas de matrícula e mensalidade, de acordo com a economista, Isso varia de escola para a escola. Eu acho que você tentar negociar é sempre interessante. Tudo vai depender da sua renda, concluiu.
Para economizar, Carolina Prestes paga todo o ano letivo das suas duas filhas mais novas de uma só vez. Porque eu ganho desconto de 7%. Na renovação da matrícula, eles dão descontos. Já tenho todos os boletos quitados em janeiro. Já faço isso há 3 anos. Só das duas menores. Das três eu ainda não consigo, mas já é uma tranquilidade todo ano.
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