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Servidores decidem encerrar greve na Unicamp a partir de segunda-feira

28/08/2015 - 14:01h

Os servidores da Unicamp decidiram encerrar, na segunda-feira (21), a greve para cobrar o fim do pagamento de "supersalários" na universidade - referência ao valor superior a R$ 21,6 mil, que é pago ao governador de São Paulo - e a retomada da política de isonomia salarial da categoria com a USP. A decisão em assembleia ocorreu nesta sexta-feira.

De acordo com o diretor do sindicato que representa os funcionários técnicos (STU), Iuriatan Muniz, a reunião entre integrantes da entidade e reitoria, na tarde de quinta-feira, não resultou em avanços. "A reitoria não se comprometeu com nada. Ela confunde legalidade com moralidade", criticou. Segundo a entidade, 88 foram favoráveis à suspensão da greve, enquanto que 63 votaram pela continuidade do movimento iniciado há oito dias. Houve 28 abstenções.

Servidores durante assembleia em campus da Unicamp, em Campinas (Foto: Leon Cunha / STU)
Servidores durante assembleia em campus da
Unicamp, em Campinas (Foto: Leon Cunha / STU)

Muniz frisou, entretanto, que a campanha contra os "supersalários" será mantida pela categoria. Ele afirmou que os cortes nos "supersalários" recebidos por ao menos 915 Docentes da Unicamp, entre ativos e aposentados, além de procuradores (quando o teto é de R$ 30,4 mil), poderia render alta de 10% no piso salarial de funcionários dos segmentos médio e superior.

A universidade garantiu, em nota, que as atividades de ensino, pesquisa e serviços na área da saúde transcorrem sem reflexos. Além disso, informou que 94% das 120 professoras de creches do campus de Barão Geraldo trabalharam nesta sexta-feira.

Manutenção dos valores
Em nota, a Unicamp justificou que a decisão mais recente do Tribunal de Justiça de São Paulo permite manutenção dos valores superiores ao teto constitucional. "O acórdão reitera a decisão do TCE-SP [Tribunal de Contas do estado] de congelar os salários acima do subteto, impedindo novos reajustes, mas garante a manutenção dos valores decorrentes", diz o texto.

No início deste mês, o TJ-SP derrubou a liminar que permitia "supersalários" e determinou que a instituição congele valores. Com isso, a universidade estima poupar aproximadamente R$ 2 milhões em um ano.

Polêmica
O reitor José Tadeu Jorge aparece na lista com duas matrículas - uma delas com salário bruto de R$ 14,9 mil; e de R$ 35 mil na outra. Somadas, as remunerações sem descontos do engenheiro de alimentos superam o dobro do subídio pago ao governador de São Paulo.

A assessoria da Unicamp alegou, em nota, que os integrantes da cúpula da universidade, entre eles o próprio reitor, o coordenador geral, os cinco pró-reitores, o chefe de gabinete e o chefe de gabinete adjunto da reitoria recebem, além do salário correspondente ao nível que se encontram na carreira docente, uma remuneração específica atrelada ao cargo administrativo.

O novo reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge (Foto: Antoninho Perri / Ascom Unicamp)
Reitor está entre profissionais que têm duas
matrículas (Foto: Antoninho Perri / Unicamp)

"Essa remuneração não é incorporável ao salário base, ao contrário do que normalmente acontece com as gratificações de representação. Por conta disso, o sistema de recursos humanos lança esses valores não-incorporáveis num número de matrícula em separado, gerando as chamadas duplas matrículas."

A universidade frisou também que, com relação à composição dos salários, os servidores ingressam na Unicamp por meio de concurso público, com vencimento definido em edital. A assessoria da instituição lembra ainda que o servidor, durante a carreira, pode agregar adicionais como sexta parte, quinquênios e gratificações de representação, além de periculosidade e insalubridade.

"Essa progressão normal na carreira pode acabar levando o servidor, após vários anos, a atingir uma remuneração que supera o subsídio do governador do estado", diz texto da assessoria.


Fonte: G1


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