04/02/2015 - 17:01h
A Polícia Civil deve ouvir nos próximos dias mais uma estudante que foi atingida por ácido durante um trote em Adamantina, na região oeste do Estado de São Paulo, nesta segunda-feira (2). A jovem Bruna Massuia Soares, de 23 anos, estava em frente às Faculdades Integradas Adamantinenses (FAI), assim como a Nathália de Souza Santos, de 17 anos, que sofreu queimaduras de 3º grau nas pernas e no umbigo na mesma ocasião.
As duas aguardavam pelo início das aulas, quando Bruna viu um rapaz jogar uma substância sobre elas. Estávamos na entrada da Faculdade quando pintaram nossos rostos e jogaram tinta, esmalte... A gente não percebeu, não sentiu [que o líquido causava queimaduras nas pernas] . Só começou a doer após a chuva, quando molhou", afirmou.
A estudante, que sofreu queimaduras leves, alegou ter visto quando um rapaz de blusa branca atirou uma substância sobre elas. "Ele tinha pele clara e estava com um vidrinho, semelhante a um medicamento. Era uma substância escura", contou, em Entrevista ao SPTV 2ª Edição.
Bruna Massuia também foi atingida (Foto:
Reprodução/TV Fronteira)
As duas foram encaminhadas à Santa Casa de Adamantina, onde foram informadas que o produto que as atingiu pode ser uma mistura de creolina com ácido.
Nesta terça-feira (3), a outra vítima, Nathália Souza, contou que não pretende voltar a faculdade por medo, devido a gravidade da violência que sofreu. A jovem de 17 anos prestou depoimento na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) nesta quarta-feira (4). Ela informou que não sabe quem jogou o líquido nela e na amiga. Em parceria com a Delegacia de Investigações Gerais (DIG), a DDM busca identificar o autor do trote.
Algumas embalagens que podem conter a substância que causou queimaduras nas estudantes foram apreendidas. Em frente à instituição ainda há sapatos e garrafas que foram utilizadas durante o trote.
Um inquérito foi aberto para apurar o caso. Conforme o delegado Rodrigo Pigozzi, as investigações estão na fase inicial. Estamos em busca de imagens, tanto por meio da faculdade quanto pelo comércio. O objetivo é reunir testemunhas e conseguir algum flagrante que identifique os suspeitos, disse.
Apesar disso, a família também já organizou uma força-tarefa para vasculhar as redes sociais em busca de supostos envolvidos. Sueli Aparecida Dias, tia da vítima, diz que espera que os envolvidos no caso de Natália sejam identificados e punidos pela polícia.
Eu estou ajudando a minha sobrinha a descobrir quem fez essa 'ato de barbaridade', já que ela estava de costas e não conseguiu ver os culpados. Por isso tenho procurado nas redes sociais algumas informações que possam colaborar com as investigações, afirma.
Por meio de nota, a direção das Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI) informou que abriu nesta quarta-feira (4) uma sindicância administrativa para apurar a identificação dos responsáveis pelo ocorrido.
A instituição afirmou que se coloca à disposição das autoridades para que este caso seja esclarecido o mais rápido possível e que seus autores sejam devidamente responsabilizados de acordo com a legislação vigente.
Materias como garrafas e embalagens foram apreendidos (Foto: Reprodução/TV Fronteira)
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