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Quase 2 anos após morte de aluna, USP mantém 90 árvores condenadas

12/01/2015 - 08:01h

Árvore condenada pelo IPT nas proximidades do prédio do IFSC, em São Carlos (Foto: Stefhanie Piovezan/G1)
Árvore condenada pelo IPT nas proximidades do IFSC, em São Carlos (Foto: Stefhanie Piovezan/G1)

Quase dois anos após a morte de uma estudante de doutorado, atingida na cabeça por um galho, a Universidade de São Paulo (USP) mantém 90 árvores condenadas pelo Instituto de Pesquisas Técnológicas (IPT) no campus I de São Carlos (SP). Procurada, a universidade afirmou que o processo de corte já foi iniciado.

Em uma caminhada pela universidade, nota-se a sinalização nas plantas. Algumas ganharam, inclusive, uma placa em que se lê: "Área interditada. Não ultrapasse. Árvore(s) com alto risco de queda, segundo laudo do IPT". Mas nem sempre é possível manter distância. Muitas estão próximas a calçadas e áreas destinadas a pedestres.

"Fico com medo das árvores caírem quando está ventando. Eles deveriam cortar porque não há mais o que fazer", opinou a estudante Clara Carolina de Andrade, de 18 anos. A opinião é a mesma de funcionários ouvidos pela reportagem. "A gente fica com receio. Passo perto, mas fico sempre observando. Nunca se sabe", comentou um deles.

Cleide Penela (Foto: Stefhanie Piovezan/G1)
"Passo, mas com medo", contou Cleide Penela, que 
mora perto do campus (Foto: Stefhanie Piovezan/G1)

Cleide Penela também teme novos acidentes. Ela mora em frente ao campus e passa pelo local para fazer compras ou quando vai à missa. "Já faz tempo que essas árvores estão assim. Eles poderiam cortar e plantar outras no lugar, de menor porte, sem risco de queda".

USP
De acordo com a universidade, das 616 árvores analisadas pelo IPT, 111 deverão ser removidas. Apenas 21 delas, porém, já foram cortadas.

"O processo de corte por empresa especializada teve início no final do ano passado, em virtude da extensão dos trâmites legais e administrativos inerentes à ação, o que incluiu análise de recurso ao processo licitatório. Neste ínterim, no entanto, a Prefeitura do Campus realizou a supressão de alguns exemplares com maior risco de queda, considerando o estado de conservação. Para indicar o corte, os técnicos do IPT examinaram não só a saúde do indivíduo arbóreo, mas também outras características, como localização, tamanho, idade ou espécie", informou a instituição por meio da assessoria de imprensa.

A universidade informou ainda que o cronograma de corte foi estabelecido visando à menor interferência na rotina universitária e que o trabalho se estenderá pelos próximos meses. "Relevante salientar que todo o processo passou por aprovação dos órgãos competentes e que, conforme previsto no licenciamento ambiental, será feito o plantio de 610 novas árvores, em caráter compensatório pela supressão", completou a assessoria.

Árvores condenadas ficam próximas a prédios e calçadas (Foto: Stefhanie Piovezan/G1)
Algumas árvores condenadas pelo IPT ficam próximas a prédios e calçadas (Foto: Stefhanie Piovezan/G1)

Acidente
O acidente fatal ocorreu em março de 2013, ao lado de uma lanchonete próxima ao Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), quando a vítima comia com outras duas colegas.

Segundo testemunhas, foi ouvido um estalo, mas a estudante de doutorado não conseguiu sair a tempo e foi atingida por um galho. As outras universitárias conseguiram escapar sem ferimentos.



Fonte: G1


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