04/03/2015 - 09:01h
Professores se reúnem no Estádio da Vila Capanema, em Curitiba (Foto: Daiane Baú / G1)
Os professores e funcionários da rede estadual de ensino do Paraná devem manter a greve da categoria, que completa 24 dias nesta quarta-feira (4). Os servidores se reúnem no Estádio da Vila Capanema, em Curitiba, e iniciaram a reunião por volta das 9h30. Cerca de 20 mil servidores participaram.
"Nossa greve vai continuar por tempo indeterminado por causa do impasse como governo, que fechou as portas para a negociação", afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (APP-Sindicato), Hermes Leão. Depois da votação, prevista para começar às 11h, os educadores vão seguir em passeata até Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
(Correção: a reportagem errou ao anunciar que os professores tinham decidido manter a greve antes de realizar a votação. A informação foi corrida às 10h57).
As principais reivindicações da categoria são os pagamentos de promoções e progressões de carreira que estão atrasados. Quase um milhão de alunos da rede estadual estão sem aulas desde o dia 9 de fevereiro, quando o ano letivo deveria ter iniciado. A mobilização dos servidores reúne cerca de 100 mil pessoas em todo o estado.
Governo e trabalhadores já se reuniram três vezes para traçar um acordo, que, apesar de avanços elencados por ambas as partes, ainda não se concretizaram. Entre as propostas da administração estadual está a não apresentação de qualquer projeto de lei que suprima direitos dos servidores públicos e, em particular, dos educadores.
Posição do governo
Em meio às negociações, o governador Beto Richa (PSDB) chegou a reconhecer que "cometeu erros" sobre as medidas apresentadas no pacotaço. "Eu confesso que cometemos alguns erros, alguns equívocos, no direcionamento do encaminhamento dessas propostas à Assembleia Legislativa. Deveríamos ter discutido um pouco melhor com a sociedade".
Em nota divulgada na noite de terça, a administração estadual declarou que a parte que cabe ao Estado está sendo integralmente cumprida. "Foi com surpresa que recebemos no fim da tarde de sexta-feira a informação de que novas reivindicações seriam encaminhadas pelo sindicato dos professores. Trata-se de um claro desrespeito com as famílias e os estudantes paranaenses", diz um trecho do texto.
Liminar da Justiça
No sábado (28), a Justiça concedeu uma liminar e determinou que os professores do terceiro ano do Ensino Médio retomassem as atividades. A decisão estipulou multa diária de R$ 10 mil e foi imposta pelo juiz de plantão do estado, Victor Martin Bapschke. Até esta quarta, os grevistas não tinham acatado a decisão.
No despacho, o juiz justificou que "há risco evidente e irreparável a ausência do conteúdo para os fins do concurso vestibular, provas do Exame Nacional Do Ensino Médio (Enem) e recomposição do calendário escolar".
Exceções
Em meio à greve, a Escola Estadual Nossa Senhora de Salete, no Bacacheri, em Curitiba, decidiu retomar as aulas. Na segunda-feira (2), dos 231 estudantes matriculados no período da manhã, cerca de 120 compareceram ao colégio. Entretanto, o número aumentou nesta terça-feira (3), com 144 alunos presentes nas salas de aula. Nesta quarta, por causa da assembleia, não haverá aulas.
No Colégio Estadual Pedro Ernesto Galer, no distrito de Sede Alvorada, em Cascavel, no oeste, as aulas também voltaram na segunda-feira. O colégio conta com 160 alunos do 6º ao 9º ano e do ensino médio e funciona no mesmo prédio de uma escola municipal. Este, segundo a direção, é um dos motivos para a retomada das aulas, já que o transporte escolar é o mesmo para todos os estudantes, influenciando no calendário escolar.
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