11/03/2015 - 09:01h
Funcionários da creche Cruz de Malta bloqueam duas faixas da W3 Norte durante protesto na manhã desta quarta-feira (11) (Foto: Gabriela Berrogain/G1)
Professores e funcionários da área administrativa da creche Cruz de Malta bloquearam duas das três faixas da W3 Norte, em Brasília, na altura da quadra 507, em protesto contra a falta do pagamento de salários desde janeiro por parte do governo. Eles dizem que devem entrar em greve na manhã desta quarta-feira (11). Procurada pelo G1, a Secretaria de Educação disse que está averiguando o caso e terá um posicionamento em breve.
Professores e funcionários da área administrativa
da creche Cruz de Malta sentam no chão de faixas
da W3 Norte, em Brasília
(Foto: Gabriela Berrogain/G1)
A instituição, que conta com cerca de 220 funcionários, tem quatro unidades na Asa Norte e em Sobradinho e é conveniada à secretaria. Segundo o diretor jurídico do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF, Rodrigo de Paula, o diretor da pasta, Júlio Gregório, teria prometido quitar os atrasados até a sexta-feira passada, dia 6.
Até as 8h30, o sindicato informou que tentava marcar uma audiência com Gregório para discutir a questão.
Sem pagamento
Das 60 creches conveniadas pelo governo do Distrito Federal, 28 afirmam que estão sem receber desde janeiro. Uma única instituição em Taguatinga afirma que o Executivo lhe deve R$ 1 milhão, e que as 284 crianças atendidas no local correm o risco de ficar sem aula.
O subsecretário de administração da Secretaria de Educação, Antônio José Rodrigues, disse que a pasta repassaria nesta terça (10) R$ 38 milhões para quitar as dívidas com as instituições.
De acordo com o gestor, o atraso ocorreu porque as instituições demoraram a entregar a prestação de contas. A quantia a entrar na conta até o final do dia vai ser utilizada para manter os espaços durante os quatro primeiros meses do ano.
Situação no DF
O DF tem atualmente 27 centros de educação da primeira infância, além de 60 creches conveniadas. Os primeiros são públicos e atendem 35.621 meninos e meninas entre 3 e 5 anos. Já as outras instituições recebem 14,9 mil crianças de 0 a 5 anos.
Creche no Distrito Federal
(Foto: TV Globo/ Reprodução)
Além disso, pelo menos 24.250 crianças permanecem em casa por falta de vagas em creches da rede pública. A Secretaria de Educação reconhece o déficit na oferta, mas os planos da pasta se restringem a estender atendimento a pouco mais de 50% da demanda nos próximos anos, com a construção de novas instituições e parcerias com instituições filantrópicas.
A curto prazo, a ideia é inaugurar nove unidades em março, terminar 25 obras até o final de 2015 e fechar convênio com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação para construção de mais 51 estabelecimentos. Somando-se a novos acordos com creches conveniadas, devem ser abertas mais 12,5 mil vagas.
Durante a campanha eleitoral, Rollemberg afirmou que o DF tinha 122 mil crianças de 0 a 3 anos sem acesso a creches e prometeu criar 61 mil vagas em quatro anos, ao custo anual de R$ 627 milhões. "Não é gasto, é investimento planejado", disse ele na época.
Uma pesquisa feita pela Codeplan aponta que o problema se repete no Entorno, onde 70% das 92 mil crianças menores de 6 anos estão fora de creche, maternal e pré-escola. As 12 cidades goianas Águas Lindas, Alexânia, Cidade Ocidental, Cristalina, Cocalzinho, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Padre Bernardo, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso integram a Periferia Metropolitana de Brasília.
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