22/01/2016 - 07:48h
Reconhecido como um dos principais pesquisadores do país quando o assunto é a ordem de insetos Orthoptera (popularmente conhecidos como grilos, gafanhotos, esperanças, paquinhas e manés-magros), o Professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Marcos Lhano, coordenou o trabalho que resultou na identificação de todas as espécies conhecidas desse grupo taxonômico encontradas no território nacional. A lista compõe o primeiro Catálogo Taxonômico da Fauna Brasileira, que registra o total de espécies animais ocorridas no Brasil.
Das 117.225 espécies da fauna com ocorrência no país, foram catalogadas 1.776 da ordem Orthoptera. Esse número coloca tal grupo taxonômico como o quinto mais representativo de insetos no Brasil, de um total de 27 ordens consideradas no Catálogo. Em número de espécies, fica atrás apenas de Coleoptera (besouros), Lepidoptera (borboletas e mariposas), Diptera (moscas e mosquitos) e Hymenoptera (abelhas, formigas e vespas). “Essa grande representação de Orthoptera no contexto geral dos insetos no Brasil não era conhecida. Sabíamos da representatividade do grupo, mas agora com dados reais e concretos, fica evidenciada a importância destes insetos e do estudo destes”, afirma o professor Lhano.
Em relação à incidência mundial de Orthoptera estimada em pouco mais de 27.200 espécies, o número descrito para o Brasil indica que quase 7% da diversidade desta ordem ocorrem no Brasil. De acordo com Lhano, essa é uma porcentagem bem significativa, o que demonstra a importância do apoio e financiamento para pesquisas com este grupo. “Nunca houve um número expressivo de pesquisadores dedicados à taxonomia e sistemática deste grupo. Podemos dizer que até pouco tempo, o Brasil teve no máximo 10 pesquisadores que se dedicaram a esse estudo. Certamente o número de novas espécies de Orthoptera a serem descobertas ampliará e muito esse interesse”, avalia.
Catálogo Taxonômico da Fauna Brasileira – Lançada em dezembro de 2015, a publicação resultou do esforço conjunto dos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Sociedade Brasileira de Zoologia (SBZ). Pela primeira vez, o Brasil listou o total de espécies animais conhecidas para o país. O número de mais de 117 mil espécies, segundo Lhano, supera as estimativas e ressalta a biodiversidade brasileira, que representa 9% da fauna mundial. O projeto contou com 4 administradores e 58 coordenadores para os diversos grupos, cujo trabalho envolveu mais de 500 cientistas de diversos países e durou mais de dois anos.
Com esse estudo, o Brasil atendeu à meta nacional de biodiversidade de número 19, estabelecida pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e prevista para ser alcançada até 2017, no que se refere à compilação completa dos registros já existentes da fauna, flora e microbiota, aquáticas e terrestres. As informações estão disponíveis em uma ferramenta online com enfoque acadêmico e que dispõe de uma área destinada à consulta pública.
Nas fases subsequentes do projeto a serem desenvolvidas ao longo de 2016 e 2017, a lista de espécies será revisada e ampliada com dados de distribuição, hábito de vida, ambiente, mapas e dados ecológicos para cada espécie.
Confira o Catálogo no site: http://fauna.jbrj.gov.br/.
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