O grande ídolo do basquete nacional vê na escola de período integral - com esportes e atividades extracurriculares - um caminho para melhorar a educação no país
Texto Jeanne Margareth
"Não se pode esquecer que sem estudo você não é nada", diz Oscar
Apesar dos 2.05 m de altura, não foram poucas as vezes em que o ex-jogador de basquete Oscar Daniel Bezerra Schmidt se derreteu em lágrimas por um ponto de vitória ou derrota do seu time. Com essa emoção, além de muito talento e garra, o cestinha da seleção e recordista mundial de pontos no basquete conquistou a admiração não apenas dos fãs brasileiros, mas também de jogadores importantes como Kobe Bryant e Magic Johnson, feras da NBA (liga de basquete dos Estados Unidos). Em seus 32 anos de atuação nas quadras, o jogador passou por clubes brasileiros, espanhóis e italianos e liderou a seleção brasileira na vitória sobre os poderosos EUA, na conquista da medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1987. Oscar, conhecido como "Mão Santa", também foi embaixador de turismo no Rio de Janeiro, embaixador de Brasília e comendador da ordem do Mérito Judiciário do trabalho, entre outros títulos, prêmios e medalhas que recebeu por sua atuação profissional pelo mundo afora. Atualmente, o ex-jogador mantém um blog no R7 e participa do programa Esporte Fantástico, da Rede Record.
Na Entrevista a seguir você conhece um pouco mais deste que, além de ídolo nacional, é um pai concentrado no desejo de oferecer sempre o melhor aos seus filhos.
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1. Quais as lembranças mais gostosas que você traz dos tempos escolares, e qual o nome de sua escola?
Oscar Schmidt: Sem dúvida os amigos, principalmente quando comecei a jogar e dividir com eles as vitórias e derrotas do time, nos tempos do Centro de Ensino Médio Elefante Branco/DF.
- 2. Lembra-se do nome de algum Professor em especial? Qual a matéria?
Oscar Schmidt: Lembro do prof. Pires, que lecionava Português no Ginásio Salesiano. Ele era incrível e marcou muito pelo seu jeito meio corcunda e os óculos que usava. Outro que me marcou muito foi o prof. Borges, que lecionava economia na Faculdade de Administração. Seu jeito era inconfundível, bem difícil, do tipo que ninguém conseguia tirar boas notas com ele.
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- 3. Ao decidir a escola dos seus filhos, o que levou em consideração primeiro?
Oscar Schmidt: Este é um capitulo à parte e um momento complicado para qualquer pai com filhos em idade escolar. Mas o que não se pode deixar de levar em consideração é a seriedade da escola. Eu mesmo escolhi uma em que eu estudei, o Mackenzie.
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- 4. O ensino de sua época escolar foi melhor, pior ou diferente do aplicado atualmente?
Oscar Schmidt: Pelo que tenho visto, está mais ou menos igual. A única diferença é que os alunos eram muito mais patriotas do que os que existem nas escolas hoje.
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- 5. A tecnologia ajuda ou atrapalha o rendimento escolar?
Oscar Schmidt: Na minha opinião, ela ajuda, e muito, até porque, hoje, sem computador e telefone, ninguém sobrevive.
- 6. Se pudesse propor algo para modificar as escolas, o que seria?
Oscar Schmidt: Iria propor mais escolas de período integral para todos os alunos, fazendo esporte e outras atividades complementares. Isso é muito importante.
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- 7. O esporte em uma escala de 1 a 10 fica em qual posição?
Oscar Schmidt: Pra mim é 10! Mas não se pode esquecer que sem estudo você não é nada.
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- 8. Você foi um bom aluno?
Oscar Schmidt: Fui um ótimo aluno até a faculdade, depois, passei a ser muito importante para o basquete e ele para mim, e as coisas foram sendo substituídas.
- 9. Qual sua matéria preferida?
Oscar Schmidt: Eu adorava Geografia e Biologia, era bom mesmo nessas matérias.
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- 10. Como os pais podem ajudar na educação dos filhos?
Oscar Schmidt: Colocando-os em escolas boas e sendo exemplos para cada um deles em casa.
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- 11. Lembra o primeiro livro que lhe chamou a atenção? Qual e por quê?
Oscar Schmidt: Lembro sim, foi O Pequeno Príncipe. Mas não consigo recordar exatamente o porquê, deve ter sido pela época ou como a história ficou impressa em mim naquele momento.
- 12. Qual matéria deveria voltar a constar no currículo escolar?
Oscar Schmidt: Para mim, sem dúvida, a Educação Moral e Cívica. Nosso país precisa de mais civilidade.
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- 13. O que poderia ajudar a estimular o ensino e os Professores de nosso país?
Oscar Schmidt: Sem dúvida um maior reconhecimento da profissão e melhores salários.
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- 14. O que mais tem saudade de sua época escolar?
Oscar Schmidt: Por incrível que pareça, do boletim. Eu sempre estava entre os 3 melhores da minha sala, mas, na minha classe, tinha um garoto chamado Nelson que era imbatível, só consegui ficar duas vezes na frente dele.
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- 15. Como seria a escola dos sonhos, em sua opinião?
Oscar Schmidt: Seria uma escola com muito esporte, com muita atividade extracurricular, com Educação Física obrigatória e Educação Moral e Cívica.
Fonte:
Educar para crescer