A fatia de alunos matriculados no ensino médio que, ao mesmo tempo, faziam Cursos Profissionalizantes aumentou de 6,1% para 7,8% do total entre 2008 e 2013.
Apesar do crescimento, o percentual ainda fica muito atrás do registrado, por exemplo, na União Europeia, onde era de 49,9% em 2010, segundo o Centro Europeu para o Desenvolvimento da Educação Profissional.
Os dados fazem parte de análise elaborada pelo Senai sobre tendências do ensino profissionalizante no Brasil.
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Almério Araújo, coordenador do ensino médio e técnico do Centro Paula Souza, chama a atenção para o fato de que a taxa de crescimento das matrículas no ensino profissionalizante desacelerou.
"Para continuar crescendo precisamos avaliar melhor o perfil da demanda dos alunos e do Mercado De Trabalho."
O crescimento das matrículas no ensino técnico de nível médio foi de quase 12% em 2009 em relação ao ano anterior. Esse ritmo arrefeceu até atingir 5,8% em 2013.
A tendência de expansão não ocorreu de forma uniforme no país, com alguns estados apresentando forte aumento e outros recuo no número de matrículas.
Para Márcio Guerra, gerente de estudos e prospectivas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o maior desafio é aumentar a oferta da modalidade integrada, em que uma mesma instituição oferece um currículo que conjuga as disciplinas curriculares obrigatórias do ensino médio com as técnicas.
"Essa é a vertente mais interessante pois alia teoria e prática. O aluno pode estudar álgebra e ver sua aplicação no desenvolvimento de uma peça por exemplo."
Nos últimos anos, as matrículas nos cursos integrados ultrapassaram as dos concomitantes, em que o ensino médio convencional e o técnico são cursados em instituições diferentes.
Leonardo Batista, 18, cursa o ensino profissionalizante em telecomunicações na Escola Senai Roberto Simonsen durante a tarde e o ensino médio em uma escola pública durante a manhã.
"No Senai, estou aprendendo muito. A escola pública não ensina muita coisa, tem pouca ligação com a vida fora da escola", diz.
Batista conseguiu a vaga no Senai pelo Pronatec. Depois de se formar, pretende trabalhar para pagar um cursinho pré-Vestibular.
Segundo especialistas, o custo mais elevado e a dificuldade para a contratação de Professores qualificados são obstáculos à expansão da modalidade integrada.
O excesso de disciplinas no currículo do ensino médio é citado como barreira ao avanço do ensino técnico, pois sobrecarrega os alunos.