Colégio Graphein
29 julho 2015 | 15:14
A escola deve se ocupar da formação do indivíduo e estimular o desenvolvimento das habilidades e competências de cada aluno. É preciso levá-los a aperfeiçoar as próprias características e descobrir recursos para lidar com suas dificuldades e/ou inabilidades. Porém, como garantir isto a TODOS os estudantes lidando com a imensa diversidade que encontramos hoje dentro das salas de aula? Durante muito tempo a ação educativa acontecia muito mais no sentido de “ajustar” o aluno a escola. Hoje, porém, estamos mudando este foco e desenvolvendo um trabalho em que a escola busca atender às necessidades do aluno.
Quando deixamos de ouvir os educandos e desconsideramos suas necessidades, quando nos esquivamos de conhecer verdadeiramente suas histórias e nos afastamos do contato com suas realidades, certamente os colocamos num leito “padrão”, sem respeito por diferenças individuais ou circunstâncias especiais, pois tentamos, ainda que, de maneira inconsciente, ajustá-los às nossas necessidades, a supostos saberes, lhes lançamos desafios para os quais ainda não estão prontos e esvaziamos a aprendizagem significativa.
Na escola que trabalha com a diversidade, o estudante é o foco central de toda ação educacional, e as intervenções devem adequar-se aos indivíduos e não o contrário. Para que isto aconteça a equipe de educadores deve conhecer cada aluno, respeitar suas potencialidades e necessidades, e a elas responder com excelência nas intervenções pedagógicas.
Em decorrência disso o “fazer pedagógico” em uma escola que trabalha com a inclusão leva a equipe de educadores a diversas reflexões sobre como garantir que os alunos não estejam somente matriculados, mas tenham suas demandas atendidas. Qual estrutura é necessária? Que estratégias são mais significativas? Como estabelecer objetivos pedagógicos consistentes? Qual processo avaliativo é eficaz? Como estabelecer o conteúdo a ser trabalhado?
Estas e outras perguntas também fazem parte de nosso cotidiano e, neste texto, pretendemos compartilhar nossa experiência na adequação de um destes aspectos: o currículo escolar. Como elaborar um currículo que seja adequado a cada educando? Que conteúdo abordar? Que objetivos estabelecer? Como estabelecer critérios para o processo avaliativo?
Em uma escola que pretende trabalhar com a diversidade a elaboração do currículo deve prever as adaptações, admitindo flexibilizações que oportunizem adequar a ação pedagógica às necessidades particulares de cada um. A educação inclusiva requer um currículo dinâmico, que permita ajustar o fazer pedagógico às necessidades dos alunos e ser um recurso para promover o desenvolvimento e a aprendizagem dos mesmos.
Estas adequações, feitas de forma a garantir o processo de aprendizagem a todos os educandos, inclusive aos que apresentam necessidades educacionais especiais, são as chamadas Adaptações Curriculares. Estas adaptações devem ter o currículo regular como referência, e o trabalho deve ser organizado de acordo com as necessidades de cada um.
Não é necessário apenas elaborar um novo currículo, mas torná-lo dinâmico e flexível, para que atenda realmente a todos. A programação de cada estudante precisa ser significativa, contextualizada e motivadora, além de propiciar o desenvolvimento de cada um.
Podemos considerar que um currículo eficaz, que cumpre o papel de promover o desenvolvimento dos estudantes é aquele que:
- Tem base nos conhecimentos prévios e nos centros de interesses de cada aluno.
- É significativo.
- Contribui para formação integral daquele aluno.
- Desenvolve habilidades e competências.
- Aperfeiçoa e dá alternativas para as dificuldades.
- Prevê a construção da METACOGNIÇÃO.
- Faz o conhecimento circular na escola – produção/transmissão/ampliação/modificação.
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