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O aluno precisa ter clareza no projeto de pós graduação para ser selecionado, diz diretor executivo da Fulbright Brasil

17/12/2013 - 11:01h

Está mais fácil e barato fazer pós-graduação no exterior?

Sim. O câmbio tem ajudado, mas acho que, ao longo de alguns anos, vem ocorrendo uma maior abertura dessa possibilidade. Com os novos programas de pós-graduação disponíveis, como o mestrado profissional do Ciência Sem Fronteiras, se vê que essa formação não precisa ser estritamente acadêmica.


O mestrado profissional é uma demanda dos brasileiros que tem aumentado lá fora?

Essa é uma demanda do mercado. É uma pós-graduação que existe no Brasil, mas é muito pequena e ainda incipiente. Estamos aprendendo a fazer o mestrado profissional. O benefício desse Intercâmbio é tanto para o indivíduo que está fazendo o programa, de ter uma formação especializada e de alto nível fora do País, quanto para o sistema de pós-graduação brasileiro, que pode repensar com os programas de fora e entender como fazer investimentos nesse tipo de educação.

Qual é o perfil que se espera de um aluno de pós-graduação nos EUA?

Na pós, o que se quer é um indivíduo que tenha um bom conhecimento na área em que ele se formou. Ele pode ter alguma experiência profissional, mas isso não é obrigatório, porque os cursos nos EUA costumam fazer um mix de gente internacional e local, de gente com alguma experiência e recém-formados. Nenhum deles abre mão, contudo, de a pessoa ter um bom perfil acadêmico e um bom histórico escolar. Conhecimento de inglês é pré-requisito obrigatório.

Não ter dinheiro para a pós-graduação é um empecilho?

Por causa do interesse que há no estudante brasileiro, na hora em que a universidade vê que o aluno tem grande potencial, podem aparecer bolsas e ajudas que viabilizam a formação do interessado. Se fosse para desistir porque não se tem dinheiro, poucos americanos fariam até mesmo graduação.

E tem aumentado nos EUA o interesse pelos brasileiros?

O interesse das Universidades americanas é ter a maior diversidade possível. Existe uma concentração muito grande de estudantes da China, Índia e Coreia. Qualquer outro grupo que venha trazer diversidade é muitíssimo bem-vindo. Eles recebem os brasileiros de braços abertos, porque sabem que são bons estudantes e não têm problema de adaptação.

O aluno brasileiro tem de mostrar quais habilidades?

O aluno tem de mostrar que quer fazer a pós-graduação, tem de dar evidências de que é razoavelmente independente, capaz de se aprofundar em um tema à medida da sua capacidade e identificar o que quer fazer com aquele conhecimento. Ter clareza e maturidade para dizer qual é o seu projeto pessoal e mostrar como pretende chegar lá.



Fonte: Estadão


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