30/05/2014 - 17:01h
A definição do Sistema De Seleção Unificada (Sisu) como forma única de ingresso na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) gerou questionamentos do Ministério Público Federal (MPF) à instituição. O órgão quer saber se nenhum estudante foi prejucado pelo anúncio da medida ter sido feito apenas um dia antes do prazo final para inscrições no Exame Nacional Do Ensino Médio (Enem), pré-requisito para participação no processo seletivo. Além disso, o procurador federal Ivan Cláudio Marx, solicita esclarecimentos sobre a situação dos alunos que participam do processo seriado.
O MPF afirma que uma primeira conversa com o reitor Paulo Burmann já foi realizada na última quinta-feira (30) e, inicialmente, não foram encontradas irregularidades. Entretanto, o ministério aguarda um posicionamento oficial da universidade. Segundo informações do procurador, a entidade já teria se precavido legalmente antes da divulgação das mudanças e as notas do processo seriado serão levadas em conta na classificação do candidato.
Segundo o procurador, o Ministério Público não pode analisar casos individualmente e, caso algum aluno se sinta prejudicado por recorrer diretamente à Justiça.
O reitor Paulo Burmann afirmou ao G1 que a universidade ainda não recebeu a notificação oficial do Ministério Público, mas confirmou a realização de uma conversa preliminar, sinalizando que os argumentos apresentados foram tidos como suficientes. De acordo com ele, a entidade apresentará um posicionamento por escrito assim que notificada.
De acordo com a definição da UFSM, na quinta-feira (22), com o uso do Sisu para o ingresso não haverá mais Vestibular. A decisão foi tomada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da UFSM. Também ficou definido que serão destinadas 50% das vagas para cotistas em 2015. No último concurso, a universidade havia reservado 34% para cotistas.
O reitor da UFSM informou acreditar que a recepção da comunidade é positiva em relação ao processo, por mais que existam manifestações contrárias à decisão do conselho. "Assumimos esta nova gestão de quatro anos recentemente e nosso principal objetivo é fazer com que se resolvam problemas históricos, entre eles o de ingresso nos cursos", argumenta.
Burman também afirmou que a estrutura da universidade é suficiente para atender um possível aumento de estudantes vindos de outros estados com o sistema unificado, de concorrência nacional. "Sabemos que muitos alunos precisam de um suporte assitencial quando saem de seus locais de moradia para virem até a UFSM. É por isso que temos um dos melhores sistemas do país de acolhimento destes estudantes. Já estamos preparados", diz.
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