Sem conseguir atingir a meta da segunda etapa de vacinação contra o HPV, o Ministério da Saúde pretende retomar a parceria com escolas em nova campanha nacional, segundo a Folha apurou.
Inicialmente, o governo esperava vacinar 80% das adolescentes de 11 a 13 anos até dezembro. No entanto, até esta terça (3), apenas 58% das meninas dessa faixa etária haviam tomado a segunda dose da vacina, que protege contra câncer de colo de útero.
Na primeira etapa, quando houve parceria com as escolas, 100% das meninas foram imunizadas.
O ideal, para a vacina ser mais eficaz, é que a segunda dose da vacina seja ministrada em até seis meses após a primeira especialistas recomendam que o prazo máximo não ultrapasse um ano.
Em alguns municípios, como São Paulo, a parceria com escolas já está confirmada. O agendamento começa no dia 10. Agora, o governo quer estender a medida, por meio do Ministério da Educação, para escolas de todo o país.
O objetivo é proteger as meninas contra o câncer de colo de útero, uma das principais causas de morte por câncer em mulheres no Brasil.
De acordo com Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, para garantir a redução da circulação do vírus e a vacina ser eficaz, é necessário que todas as doses sejam ministradas. "Precisamos garantir que as meninas que começaram o esquema vacinal terminem", afirma.
O Ministério da Saúde não comentou os motivos da baixa cobertura vacinal na segunda etapa.
A campanha nacional de vacinação contra o HPV deve ser lançada na próxima semana. Além das meninas de 11 a 13 anos que ainda não receberam a segunda dose, serão ofertadas vacinas para garotas de 9 e 11 anos.
Outra novidade será a extensão da vacina para 33 mil meninas e mulheres no país de 9 a 26 anos com HIV/Aids.
Esse grupo é considerado mais suscetível a complicações decorrentes do HPV.