26/02/2015 - 10:01h
Não há malefícios na alfabetização em duas línguas ao mesmo tempo, mas é importante dar preferência para a língua materna
Foto: ShutterstockQuando a criança completa três anos, está no ápice para aprender outro idioma e poderá pensar e se expressar como um nativo. Aos 11 anos, o processo vai ficando mais complicado, e a situação se agrava a partir dos 15 anos. Segundo estudo promovido pela empresa de educação e tecnologia Rosetta Stones em 2011, além da pronúncia próxima a de um nativo, as crianças alfabetizadas em inglês podem apresentar maior quociente de inteligência (QI), e também há a possibilidade de prevenir doenças senis, como Alzheimer.
A pesquisa identificou, ainda, maior facilidade, proatividade e rapidez de escolhas, por exemplo. Neuropsicóloga e professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Sylvia Ciasca explica que o cérebro é mais estimulado quando há o ensino de duas línguas ao mesmo tempo. Quando se aprende uma língua, naturalmente o circuito da leitura se une ao da escrita. No caso de aprender mais de um idioma, esse processo se potencializa. Além disso, se o pequeno aprender outras matérias, como matemática, em outra língua, isso também pode proporcionar maior estímulo e motivação para outros estudos.
Outro levantamento feito por cientistas da Kings College e da Brown University e divulgado no "Journal of Neuroscience" explica que crianças têm mais facilidade para aprender outro idioma antes dos quatro anos de idade, já que é nesta fase que as ligações entre os neurônios se desenvolvem para processar novas palavras.
Sylvia diz que não há malefícios na alfabetização em duas línguas ao mesmo tempo, mas que é importante dar preferência para a língua materna. Caso a criança apresente dificuldades, como confusão com sons e grafias próximas das línguas, deve-se ter cuidado. O importante é sempre respeitar o tempo de cada criança, ressalta.
Para a gerente de pesquisa e desenvolvimento pedagógico da escola de idiomas Number One, Ana Regina Fonseca de Araújo, o ensino deve seguir a mesma lógica da língua materna. O local, que possui cursos a partir dos dois anos, ensina os pequenos por meio de músicas e brincadeiras. Ana explica que o aprendizado deve ser feito associando as imagens a um conceito. Os pais não podem traduzir as palavras. A tradução pode retardar e bloquear o aprendizado, alerta. Caso os pais queiram ajudar a melhorar o inglês do filho, podem conversar com eles, caso conheçam o idioma. Os pais são a maior identificação das crianças. Se os pais possuem conhecimento, eles vão pensar que querem ser como eles, explica. Brincadeiras, filmes e músicas também podem ser um ótimo homework.
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