10/08/2015 - 19:01h
Apesar da volta às aulas nesta segunda-feira (10) para os alunos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), funcionários da universidade ainda estão em greve, o que afeta o dia a dia dos cerca de 16 mil estudantes em São Carlos e Araras (SP). A biblioteca, o restaurante e as secretarias dos cursos não estão funcionando.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da UFSCar (SintUFSCar) há uma reunião prevista para a semana que vem que vai discutir uma nova proposta de reajuste. A UFSCar não quis se manifestar a respeito da greve e afirmou que não há prazo para que as atividades voltem ao normal.
Cartazes e faixas estão colocados na entrada do campus da UFSCar em São Carlos desde o fim do primeiro semestre de aulas. O campus tem 39 cursos e outros seis em Araras. Nas duas cidades, 900 funcionários da universidade estão paralisados desde o dia 29 de maio. Entre as reivindicações da categoria está o aumento salarial de 27%. O governo oferece 21% divididos em quatro anos. Na última sexta-feira (7), o sindicato se reuniu com representantes do Ministério do Planejamento e Educação, mas ainda não houve acordo.
“21% dividido em 4% o que daria em alguns anos 5% e em outros anos 4,5% ou 4,75%, o que significa ao final desses quatro anos ganharmos menos do que ganhamos hoje uma vez que a perspectiva de inflação ultrapassa a casa dos 9%. Não tem como aceitar”, falou o presidente do SintUFSCar, Sergio Ricardo Pinheiro Nunes.
Uma nova reunião deve ocorrer até a próxima segunda-feira (17) e a greve continua até o dia. O técnico de laboratório Edgar Diagonel trabalha no departamento de física e tem ido à universidade, mas não está trabalhando. “A gente para de forma a tentar forçar que o governo negocie com a gente. A greve é uma ferramenta que infelizmente é o último recurso na nossa luta”, comentou.
Alunos
Enquanto a situação não se resolve, os estudantes são afetados pela greve. Com a biblioteca e o restaurante fechados, eles precisam buscar soluções. “Fica complicado para estudar e ficar na universidade. Tem alguns restaurantes aqui, mas são mais caros”, falou a aluna de engenharia de produção, Giovana Rodrigues.
“O pior é o restaurante, que a gente fica sem almoço, sem janta. Eu, por exemplo, que chego à Faculdade às 8h e vou sair às 23h, a gente fica com fome. As matérias mudam no segundo semestre e a gente precisa de livros diferentes, mas não tem como. É na base do ‘se vira’”, reclamou o estudante de engenharia física Antonio Carlos Dellama.
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