21/11/2013 - 05:25h
Somos paparicados a vida inteira e custamos a crer na independência
Foto: José Antonio
A independência pode facilmente se tornar arrogante e falastrona. A outra, a autonomia, se manifesta firme e sólida como uma rocha. Saber diferenciar uma da outra é essencial para aumentar a nossa confiança e integridade e também para aprendermos a baixar a crista na hora da prepotência.
Os seis pontos
Se quisermos reforçar nossa autonomia, seis qualidades precisam ser cultivadas. Em primeiro lugar, a coragem de arriscar e superar obstáculos. Em segundo, a ajuda de quem pensa igual. Em terceiro, a criatividade diante do que se apresenta à nossa frente. Em quarto, o empreendedorismo. Em quinto, a resiliência, que é o jeito de sacudir a poeira, dar a volta por cima e arriscar de novo. Em sexto, enfrentar com tranquilidade o pavor de fracassar ou se prejudicar. E, à frente e no meio de tudo isso, o prazer. Porque não há dinheiro que pague o sorriso de satisfação que brota no rosto de alguém que exerça plenamente sua autonomia, inteireza e dignidade.
Dá um trabalhão
Mas não é preciso demonizar a dependência. Ser dependente é uma condição natural. O desenvolvimento dos seres sempre inclui uma fase de dependência, quando eles próprios não são capazes de se sustentar. O problema é se viciar na dependência, mesmo quando estamos mais do que aptos e prontos para exercitar a autonomia.
"Ser capaz de escolher, arcar com as consequências de suas escolhas e manter sua autonomia são características do ser humano adulto. Para chegar a esse ponto, leva tempo", diz a psicoterapeuta Sandra Taiar. E, cá entre nós, leva mais tempo ainda quando se torna cômodo e confortável não amadurecer. Porque dá trabalho ser responsável por si mesmo, e não é fácil se colocar na condição de risco e vulnerabilidade que faz parte da existência do ser maduro.
"A vida nos empurra na direção do desenvolvimento, do amadurecimento e da emancipação. É um desenrolar natural", diz Sandra. Seja numa relação a dois, seja dentro grupo ou numa sociedade, na condição de seres autônomos, nos tornamos inteiros. A relação se dá não mais pela carência do outro, mas por um desejo de compartilhar forças já plenamente desenvolvidas.
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