15/10/2014 - 13:01h
Luís Brito (esq.), Edvaldo Brito (centro) e Osvaldo Brito (dir.) (Foto: Paula Cavalcante/ G1)
Uma família com dez Professores. Destes, cinco são irmãos e os demais são filhos ou sobrinhos daqueles. Dos dez professores, seis lecionam ou lecionaram matemática. Todos nasceram em Caruaru, mas atualmente apenas sete moram na cidade do Agreste pernambucano.
Neste dia dos professores, o G1 conversou com três dos integrantes desta família vocanionada ao ato de ensinar. Eles são irmãos e conversaram sobre as experiências, as diferenças e os desafios na transmissão de saberes para gerações distintas, além da importância do profissional se capacitar. Confira.
Diferença entre as gerações de alunos
Luís Brito, 68 anos. É professor de matemática aposentado e formado em Letras e Ciências Naturais. Por 32 anos, lencionou em escolas da cidade. "Trabalhei no comércio e dizia que não casava enquanto não saisse da área. Eu ensinava e me encantava com as experiências da profissão. Eu ensinava por que gostava". Ele lembra das mudanças nos desafios da época que começou a trabalhar para quando se aposentou. "Principalmente de 10 anos para cá. O alunos eram mais interessado. Respeitavam mais. Sou do tempo em que os alunos se levantavam quando chegava alguém na sala de aula. O modo de ensinar evoluiu muito. Não tínhamos tecnologia. O único instrumento era o giz. Hoje ficou mais fácil, pois têm as tecnologias. Na matemática, porém, antes os alunos aprendiam mais. A facilidade levou o aluno ao comodismo", argumenta.
Vocação
Edvaldo Brito, 59 anos. Inspirou-se no irmão mais velho para seguir a carreira de professor de matemática. Há 36 anos, ele trabalha com a Educação e lembra a vocação para lecionar surgiu quando ele ainda era estudante do ensino básico. "Eu sempre tirava dúvidas dos colegas na sala de aula. E teve meu irmão, que incentivou. Acho que foi uma coisa de família". Para ele, o que mais motiva no dia a dia é a realização dos alunos. "O que faz a gente se realizar mais é ver o aluno crescer como profissional. Não temos muito reconhecimento, mas muitos alunos nos procuram para agradecer, para falar que conseguiram vencer na vida".
Osvaldo Brito (Foto: Paula Cavalcante/ G1)
Formação do profissional
Osvaldo Brito, 50 anos. O terceiro irmão que decidiu ser professor de matemática. Ele reforça que as pessoas que pretendem seguir a carreira devem ter em mente que a Educação é o único caminho para mudar a sociedade. "A dica maior é ter o conhecimento atrelado ao amor para a mudança". Para encarar os desafios da profissão, Osvaldo diz que é importante o profissional investir na formação. "O segredo é estar atualizado, participar de capacitações e de eventos para levar à sala de aula uma formação inovadora". Ele também é atento aos benefícios que as novas tecnologias podem levar para a Educação. "O ideal é usar a tecnologia como ferramenta principal. Tem que interagir por meio da Internet, usar vídeo, música, jogos, celular, tudo que possa auxiliar no ensino", orienta.
O professor Osvaldo também deixa um conselho para quem enfrenta dificuldades na carreira: "Qualquer momento difícil deve ser encarado como desafio para crescer profissionalmente. Eu não troco minha profissão por nenhuma outra". Sobre o gosto em comum da família pelo ensino, acrescenta: "É uma família que ama a Educação".
Dois oito irmãos, apenas as mulheres de preto e azul, além do primeiro da esquerda não são professores (Foto: Osvaldo Brito/ Arquivo Pessoal)
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