15/09/2015 - 11:01h
Estudantes da rede pública do Distrito Federal fizeram uma marcha entre a Rodoviária do Plano Piloto e a sede da Secretaria de Educação, no Setor Bancário Norte, na manhã desta terca-feira (15) em protesto contra o fim da isenção da taxa para a Prova de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília. A taxa, de R$ 100, era custeada pelo GDF há dez anos.
Houve um princípio de tumulto no momento em que os manifestantes chegaram em frente à sede da pasta e se depararam com um cordão de isolamento da Polícia Militar. A representante da Assembleia Nacional dos Estudantes Livres (Anel), Clarissa Araújo Clarissa, relatou que policiais usaram spray de pimenta para conter a marcha dos estudantes, que bloqueou por alguns minutos o início do Eixao Norte e do Eixinho W.
O sargento da PM Jorge Sousa afirmou que o uso de spray foi necessário porque os manifestantes bloquearam todas as faixas do Eixao Norte no início da passeata. "Usamos o spray, mas foi para não ter que usar algo de maior poder ofensivo." A PM afirma que 200 pessoas participam do ato. A organização estimou em 500 os manifestantes.
Clarissa afirmou que o grupo foi atendido pelo GDF duas vezes na semana passada, após marcha pela permanência da isenção, mas nenhuma proposta foi feita. "O governo recebeu uma comissão, mas não apresentaram nada. Só falaram que não tem verba. Em uma segunda reunião, o secretário disse que estava tentando negociar e marcaram outra reunião hoje, mas não confirmaram."
A estudante Ana Isabel Sousa, de 17 anos, disse que os R$ 100 da taxa fazem diferença no orçamento da família. "É uma compra a menos. Esse dinheiro será tirado de um alimento para pagar uma prova."
"O PAS foi feito para facilitar a entrada de alunos na universidade. Além de perder esse direito, tem famílias que [para as quais] R$ 100 é o alimento do mês", disse o estudante Kalebe Pimentel, de 18 anos.
Durante a manifestação desta terça, os estudantes gritavam palavras de ordem contra o governo e a cobrança da taxa. "Se a isenção não rolar, Brasília vai parar", "eu vou pagar, não deveria, Educação não é mercadoria", "Rollemberg, seu caloteiro, pague o PAS com o seu dinheito", "O meu direito não abro mão, eu quero a isenção", gritavam.
Uma comissão de sete estudantes foi recebida por representantes da secretaria, mas até as 11h30, não havia resultado da reunião.
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