18/10/2014 - 09:01h
HQ foi feita por estudantes da rede pública (Foto: Daniel Cunha/G1)
O interesse pelo desenho e leitura fez nascer a revista em quadrinhos O Imortal, adaptação do conto homônimo do autor Machado de Assis. Os responsáveis pela publicação são os alunos do Cento de Ensino Médio de Tempo Integral Didácio Silva, localizado no bairro Dirceu Arcoverde, Zona Sudeste de Teresina.O trabalho foi resultado da oficina Quadrinhos e Literatura ministrada pelo desenhista, pesquisador e conselheiro do Núcleo de Quadrinhos do Piauí Bernardo Aurélio.
Proporcionado através da parceria entre o Cemti, a Secretaria de Estado de Educação e Cultura (Seduc) e o Núcleo de Quadrinhos, o curso de cinco meses resultou numa obra que articula as duas linguagens de maneira lúdica e pedagógica. De acordo com Bernardo Aurélio, a oficina não apenas cumpriu seu objetivo, como foi além da sua proposta: formou verdadeiros autores.
Oficineiro ressalta o trabalho dos alunos: "agora são
autores"(Foto: Daniel Cunha)
Pensávamos primeiramente em adicionar um recurso pedagógico aos estudantes, influenciando-os a lerem obras que muitos nem ao menos conheciam, inclusive as de autores conceituados, como o próprio Machado de Assis. Além de promover o entrosamento da linguagem do quadrinho com a literatura, tivemos o êxito de ver nossos alunos terminarem os trabalhos como verdadeiros autores. Eles foram capazes de criar algo, e este conhecimento é um atributo que não pode ser tirado deles conta o oficineiro.
Outro dos idealizadores da atividade, o Professor das disciplinas de Filosofia e Artes no Cemti e também coordenador do projeto Patrício Oliveira, ressalta além da qualidade apresentada no trabalho dos estudantes, o potencial guardado em cada jovem, apenas esperando um estímulo para transformar-se em algo concreto.
O lançamento dessa obra representa muito mais do que uma simples revista em quadrinhos. Chegar aqui e ver o orgulho estampado nos olhares dos meus alunos é muito gratificante. Isso mostra a potência que cada um deles esconde, e que, bastando o acompanhamento certo, pode se espalhar e motivar todos os outros. Qualquer um dos outros alunos seria capaz de fazer o mesmo, e eles mostraram isso para toda a comunidade ressalta o professor.
Alunos autografam exemplares para os
colegas de escola (Foto: Daniel Cunha)
Ao fim da apresentação da revista, os jovens autores se reuniram para autografar os exemplares dos colegas, e como revela Ana Karolina, de 16 anos, a satisfação em lançar sua própria obra foi maior do que qualquer resultado esperado no início do projeto, e garante que o interesse dos estudantes é dar continuidade às histórias em quadrinhos.
Está sendo uma coisa muito legal. Nunca esperei por isso tudo, pois quando começamos não imaginava que terminaria assim, com um resultado para todo mundo. Ser reconhecida por fazer algo que gostamos é uma sensação muito boa, e a nossa intenção é a de não parar mais de produzir histórias em quadrinhos revela a estudante.
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