20/03/2015 - 15:01h
As mudanças que restringiram o programa federal de financiamento ao ensino superior, Fies, devem criar oportunidades de fusão e aquisição para a Estácio, diante de possíveis dificuldades de instituições de ensino menores em captar novos alunos, afirmou o presidente da companhia, Rogério Melzi, nesta sexta-feira (20).
"Intensificamos a busca por oportunidades", disse Melzi em teleconferência com analistas. "Um dos efeitos colaterais das mudanças no Fies podem ser oportunidades boas para consolidação, porque dificultam a captação (de alunos) por empresas de menor porte", acrescentou o executivo. A Estácio terminou 2014 com caixa de R$ 715 milhões.
Na noite da véspera, a Estácio divulgou alta de quase 80% no lucro líquido do quarto trimestre sobre um ano antes e as ações da companhia disparavam mais de 10% nesta sexta-feira, liderando as altas do Ibovespa.
Para o analista do Bradesco BBI Luis Fernando Azevedo, "a ação da Estácio deve ter um momento favorável nos próximos trimestres e negociar inclusive a um prêmio em relação à Kroton, dado um menor nível de incertezas sobre o Fies".
Em nota a clientes, o analista citou que a Estácio foi menos impactada pelas restrições ao financiamento federal por causa de uma política mais conservadora de captação, número maior de novos cursos que aparentemente não foram afetados pelas mudanças no Fies e posicionamento forte de marca no Rio de Janeiro.
Nesta sexta-feira, executivos da Estácio comentaram aos analistas que esperam 113 mil novas matrículas de alunos este ano, após cerca de 120 mil em 2014 e afirmaram que a expectativa de captação de alunos no primeiro trimestre já contempla uma avaliação de evasão maior por alunos que não conseguirem o financiamento do Fies.
A Estácio espera um crescimento de 23 a 25% na base total de alunos de graduação no primeiro semestre deste ano ante uma expectativa da rival Kroton de expansão de 3 a 5%.
Inscritos para o Fies
Executivos da Estácio afirmaram que cerca de 25 mil alunos já se inscreveram para o Fies no início deste ano e 3 mil estudantes já pediram financiamento via parcelamento oferecido pela empresa especializada e parceira da companhia Pravaler, com a expectativa de que esse número chegue a 5 mil. A companhia espera que entre 25 mil e 30 mil estudantes consigam contratar o Fies no primeiro trimestre ante 35 mil no início de 2014.
Segundo Melzi, não é intenção da Estácio ofertar aos alunos que não conseguirem o Fies um produto de financiamento próprio, assim como a Kroton informou na véspera que está desenvolvendo, diante da falta de know how da companhia em oferta de crédito. A empresa vai optar por acertar parcerias como a fechada com a Pravaler.
O executivo evitou fazer projeções sobre o desempenho financeiro da Estácio neste ano, mas afirmou que as metas internas da empresa são maiores que as estimadas pelo consenso dos analistas do mercado para a companhia.
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