27/09/2015 - 20:01h
SÃO PAULO - Após a confirmação do congelamento do Ciência sem Fronteiras (CsF) como medida de ajuste fiscal, entidades e especialistas cobraram uma avaliação dos resultados do programa antes de investir na próxima fase. A interrupção prejudica a internacionalização do ensino superior brasileiro, segundo eles, mas é uma chance de redimensionar o tamanho e os objetivos do pacote de intercâmbios.
Nesta terça-feira, 22, o governo federal admitiu a um comitê da Organização das Nações Unidas (ONU) que suspendeu a concessão de novas bolsas do CsF por causa das restrições orçamentárias, como mostrou o Estado. A ideia, de acordo com representantes do Ministério da Educação (MEC) e da Secretaria de Direitos Humanos, é priorizar o ensino básico nesse período de verbas escassas. Os cerca de 35 mil bolsistas que já estão no exterior, porem, terão as bolsas mantidas, informou o MEC.
Presidente Dilma Rousseff (PT) posa para foto com estudantes do Programa Ciência sem Fronteiras durante visita ao Museu da Ciência, em Londres, na Inglaterra
"O ritmo desse processo de internacionalização vai ficar mais lento", diz Fernanda Sobral, conselheira da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), "Mas nesse momento de crise, e importante avaliar o que foi feito para se planejar o futuro, quando houve recursos", acrescenta ela, professora da Universidade de Brasilia (UnB). Outra preocupação, segundo Fernanda, é que a pesquisa cientifica não perca dinheiro para o programa.
Tamara Naiz, presidente da Associação Nacional de Pos-Graduandos (ANPG), afirma que o congelamento "frustra milhares" de jovens estudantes. "Muitos já estavam se preparando para Estudar Fora do Pais", afirma. De acordo com ela, o ajuste fiscal deve preservar os setores de Ciência e Educação. "Ao cortar áreas estrategias, o impacto no desenvolvimento do Brasil sera enorme", prevê Tama, que também defende reavaliação de resultados.
Especialista em internacionalização do ensino superior, Leandro Tessler acredita que a suspensão atrapalha a visibilidade acadêmica que o País vem conquistando no exterior. "Mas, independentemente de mandar mais alunos para fora, o governo deve manter programas de ensino de idiomas, como o Inglês sem Fronteiras", sugere ele, Professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Outra necessidade, diz Tessler, e reconhecer a importância do ensino superior para alavancar a educação básica. "Um não e contraponto do outro."
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