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Em SP, alunos de 2 anos aprendem noções de robótica

02/07/2014 - 05:01h

Escolas particulares apostam no ensino de programação ainda nos anos iniciais; iniciativas independentes oferecem cursos gratuitos

Existe uma idade certa para aprender robótica e programação. No Colégio Porto Seguro, em São Paulo, as crianças começam a aprender noções de robótica aos 2 anos. Não é que a turma da pré-escola desenvolva robôs e softwares. São noções ainda básicas, mas que servirão para as etapas seguintes.

A professora Renata Pastore explica que os alunos começam a aprender as estruturas de montagem por meio de brinquedos, entendendo como compor umas peças com as outras, identificando quais podem servir de base de sustentação, por exemplo. Renata ressalta a importância da atividade "para o desenvolvimento da coordenação motora fina, pensamento crítico e criatividade". O preparo tem sequência nas séries seguintes. A robótica faz parte da grade curricular das aulas de informática das 2ª e 3ª séries do ensino fundamental. Aos estudantes de 4º e 5º ano, são oferecidas oficinas de linguagem de programação de forma extracurricular.

O ensino de programação tem sido uma aposta de diversas escolas. A professora Valdenice Minatel, coordenadora do Departamento de Tecnologia Educacional do Colégio Dante Alighieri, de São Paulo, acredita que a programação deveria fazer parte da grade curricular de todas as instituições de ensino. O conhecimento da programação empodera as pessoas. Quem sabe programar pode criar soluções para seus problemas. Em vez de baixar um aplicativo, a pessoa pode criar, diz a professora.

No colégio paulista, as crianças começam a aprender programação já aos 8 anos. Para Valdenice, o conhecimento dos códigos de programação amplia o desenvolvimento cognitivo das crianças. Tem uma questão da lógica, que precisa ser entendida e que vai ser utilizada em todos os conhecimentos. Você prepara o seu cérebro para fazer conexões. Ela lembra que, em um dos projetos da escola, um aluno de 14 anos criou um aplicativo para avisar e pedir socorro em casos de quedas de idosos.

O Colégio Santa Maria, também em São Paulo, utiliza a plataforma Squad, que oferece cursos de programação gratuitos. A instituição trabalha também com oficinas de games, onde os alunos criam seus próprios jogos. O coordenador de tecnologia do colégio, Muriel Alves, entende que não adianta fazer com que a criança use o computador simplesmente para substituir tarefas que podem ser feitas no papel. É preciso utilizar (o computador) como ferramenta de desenvolvimento cognitivo, diz ele, ressaltando as potencialidades específicas da máquina. Outra iniciativa da escola é o uso do Edmodo, uma rede social voltada para a Educação na qual Professores e alunos podem interagir, trocar informações, além de permitir que os acompanhem o desenvolvimento dos filhos.

Cursos gratuitos
Organizações sem fins lucrativos também acreditam no ensino da programação como ferramenta para o aprendizado. Buscando tornar o conhecimento mais acessível, a Fundação Lemann fechou uma parceria com a Codecademy, uma plataforma de cursos gratuitos. A organização brasileira tem feito a tradução das aulas.

Lucas Machado Rocha, assistente de projetos da Fundação Lemann, entende que o ensino de programação pode ajudar no avanço da educação no Brasil. No exterior, o conhecimento da computação ajuda a desenvolver muitas outras habilidades. Além do pensamento crítico e lógico, tem o aspecto da autoria. Ele também critica a postura das pessoas em relação à tecnologia. Para Rocha, não podemos ser apenas consumidores, é preciso saber produzir: é como saber ler um livro, mas não saber escrever. Outro site com tradução da fundação é o Scratch. Lançada em 2007, pelo Instituto de Tecnologias de Massachusetts (MIT), a plataforma ensina crianças a programar histórias interativas, jogos e animações.

Outra iniciativa para auxiliar no ensino de programação é o Code Club. Fundado em 2012 e atuando no Brasil desde 2013, a organização se define como uma "rede mundial de clubes de programação para crianças". O site reúne voluntários e orienta na montagem de clubes para o ensino em escolas, bibliotecas e comunidades. Os voluntários ficam responsáveis pelas aulas. Os dois primeiros cursos utilizam o Scratch, já o terceiro curso ensina a utilização de HTML e CSS.


Fonte: Terra


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