Painel do Seminário Social Good debateu os anseios da atual geração por uma escola mais atrativa
Tecnologia pode ajudar Educação a se alinhar com o anseio dos jovens
O que os jovens atuais, que nasceram e vivem em uma sociedade conectada, os chamados “cidadãos digitais” querem da Educação Brasileira? A busca por umaresposta foi o tema central do painel dedicado à Educação dentro da agenda do Seminário Social Good Brasil 2013, evento realizado em São Paulo, em setembro, para debater o uso de tecnologia, novas mídias e inovação na promoção demudanças sociais. Apesar de serem educadores e gestores os principais atores a enfrentarem os desafios apontados para se chegar a uma Educação sedutora e com significado para a atual geração, é importante que pais entrem nesta discussão para entender os apelos que fazem a diferença e ajudar e apoiar a escola a encontrar caminhos para atendê-los.
Um dado apresentado logo no início do painel, mediado por Daniela Pavan, coordenadora do programa Voluntariado do Instituto C&A, mostrou que os jovens estão sim, interessados neste tema: pesquisa realizada pela assessoria da Presidência da República aponta que 85% dos jovens brasileiros consideram a Educação prioridade.
Reunindo dados de vários estudos, Anna Penido, diretora do Instituto Inspirare, apontou, em sua intervenção, alguns desejos dos jovens com relação ao aprendizado oferecido pela escola e, baseada nestes anseios, apresentou as respectivas tendências do que emergem destas aspirações:
Desejo |
Tendência |
- Que tenha sentido (35% dos jovens brasileiros acham que o que aprendem na escola não é útil para sua vida) |
- Personalização |
- Que os prepare para o mundo do trabalho |
- Competências do Século 21 |
- Que os ajude a empreender |
- Empreendedorismo |
- Que desenvolva sua criatividade e capacidade de inovação |
- Make Movement (em tradução livre, movimento do faça acontecer) |
- Que os ajude a construir um mundo melhor |
- Educação baseada em projetos |
- Que extrapole os muros da sala de aula |
- Comunidade de aprendizagem |
- Que os ajude a se realizar e ser feliz |
- Projeto de Vida |
- Que seja permeado pela tecnologia |
- Ensino híbrido |
Defendendo que “Educar não é encher baldes, mas acender fogueiras de curiosidade”, André Gravatá, membro do coletivo Educ-Ação, afirmou que o jovem quer “ser cada vez mais escutado” e que educadores devem usar uma escuta atenta, além de apostar em um aprendizado que dê autonomia. “É preciso dar a capacidade de escolha para o jovem. Atualmente, ele tem a sensação de que é tudo entregue para ele como se estivesse pronto, quando o lugar dos jovens é o da criação, do novo, e o uso da tecnologia pode contribuir com isso”, disse.
Esta linha de múltiplas escolhas e maior gama de opções foi corroborada na participação de Carla Mayumi, diretora de inovação da Box1824, empresa especializada em estudos de tendências e pesquisa de comportamento. “Estamos vivendo uma grande mudança, para a qual usamos o termo de ‘não-dualismo’, na qual a lógica é a coexistência. Saímos da era do “ou” para a era do “e”. Antes, alguém ia ser médico ou fotógrafo, ou ia viver para ganhar dinheiro ou para fazer trabalho social, a decisão era assim. Hoje é tudo “e”, alguém pode ser isso e aquilo e mais outra coisa. Ele entra na
Faculdade para fazer um curso já imaginando que fará outra coisa depois. Por isso é preciso pensar no virtual e no presencial, um aprendizado que apesar de individualizado é também mais coletivo - ao permitir aprender com outras pessoas - é teoria e prática, é superficial mas também se aprofunda, então até os próprios opostos, hoje, estão contidos na mesma situação”, destacou.
Finalizando as apresentações, Thiago Feijão explicou o funcionamento de sua startup de tecnologia educacional, o Qmágico, plataforma que oferece vídeoaulas e permite ao
Professor acompanhar o desempenho de cada estudante, identificando dificuldades e planejando como reforçar conteúdos. Para ele, a aplicação a tecnologia na Educação, ao contrário do que se pode pensar, vem valorizar e ampliar o papel do professor no aprendizado. “Eu acredito que a tecnologia vai puxar a transformação da escola, vai permitir que o professor tenha mais tempo para desenvolver outras habilidades porque a parte burocrática, como simplesmente transmitir a informação ou corrigir provas, será feito de maneira automatizada. O professor terá mais tempo de desenvolver valores. Quando o professor entende o papel da tecnologia na sala de aula ele começa a sofrer uma transformação e percebe que ele deixa de ser um transmissor de informação para ser o grande maestro de tudo aquilo, assumindo um papel de mediador, muito mais relevante”, afirmou.
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Fonte:
Educar para Crescer