28/04/2014 - 07:52h
No Dia Mundial da Educação, temos motivos para comemorar. Conseguimos levar as crianças para escola, nossos indicadores educacionais melhoraram – devagar, mas melhoraram! Também reduzimos as taxas de analfabetismo, ampliamos anos de escolaridade da população, fizemos a educação para todos, sem discriminar raça e gênero. E conseguimos colocar a educação como tema central do debate no país.
Hoje, todo mundo fala de educação. Estudo recente, global, do Banco HSBC (http://goo.gl/VVfbQi), revela que os pais brasileiros são os mais predispostos a pagar pela educação dos seus filhos: “79% dos entrevistados no Brasil acreditam que pagar pela educação é o melhor investimento que podem fazer para a próxima geração.”
Até há bem pouco tempo, educação era assunto de educador. De filantropia. E de ricos. Essa pesquisa comprova que não é mais assim. Por dois motivos: primeiro, por mostrar que os pais brasileiros valorizam a educação e acreditam que esse seja o melhor investimento que podem fazer por (e para) seus filhos; segundo, porque mostra o interesse do setor financeiro no “negócio” educação. Vale lembrar que um banco de grande porte não faz pesquisa por motivos acadêmicos. Sinal dos tempos. E bons sinais.
O uso de novas tecnologias já mudou os processos e a forma de aprender. E estão disponíveis recursos capazes de mudar radicalmente a forma de ensinar. Tais inovações têm o potencial de transformar a educação, seus processos e resultados: desempenho, qualidade, condições de acesso, de equidade, de empregabilidade (ou equivalente), de autonomia.
Além disso, transformam a própria conformação do setor. Pela ampliação dos mercados, seja pela inerente expansão da provisão de bens e serviços tradicionais, mas especialmente pela incorporação de novos, o que é atestado pela quantidade e relevância das “start-ups” educacionais no país. E também pela criação de novos mecanismos de financiamento: a emergência de inúmeros fundos de investimento voltados ao setor educacional, a ampliação dos volumes de negócios e o surgimento de novos e poderosos grupos econômicos educacionais no cenário brasileiro.
Melhorar um pouco, andar de lado, não é mais suficiente e nem se justifica. Reza o ditado que a necessidade é a mãe da inovação. Não será repetindo as mesmas fórmulas que vamos mudar qualquer coisa. Pois aí estão os ingredientes.
Vera Cabral é consultora de Educação da Educar/Educador e Bett Brasil 2014. É economista e já atuou no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e no Ministério Da Educação.
Programação completa da Educar/Educador e Bett Brasil 2014:
http://www.brasil.bettshow.com/files/educarebettbrasiespeciall2014_03_04.pdf
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