11/12/2014 - 07:01h
Concretamente, 17% dos consultados consumiu maconha no último ano, enquanto 15,5% fumou tabaco, segundo a Sexta Pesquisa Nacional sobre Consumo de Drogas em Estudantes de Ensino Médio, realizada pelo Observatório Uruguaio de Drogas (OUD), dependente da JND.
"Isso é uma realidade", declarou nesta quarta-feira à Agência Efe o secretário-geral da JND, Julio Calzada, destacando que ditos dados estão associados a um forte descenso do consumo de tabaco, que caiu "significativamente" nos últimos 10 anos, quando sua prevalência chegou a ser de 34%.
A pesquisa anterior, realizada em 2011, constatava que 20,2% dos consultados tinha fumado tabaco, enquanto 12% tinha consumido maconha.
O Uruguai adotou em 2006 uma estrita legislação que proíbe a publicidade, promoção e patrocínio do tabaco.
Além disso, em 2013, o presidente do Uruguai, José Mujica, impulsionou uma lei destinada à legalização do cultivo, da distribuição e do comércio da maconha sob a regulação do Estado.
Segundo Calzada, a maconha segue com a mesma tendência ascendente desde 2003, quando se constatou que era consumida por 8,4% dos jovens.
Estes dados, na opinião de Calzada, comprovam que o consumo de maconha não disparou apenas a partir do início de aplicação da lei que regula seu mercado.
"A curva não disparou e isto é muito significativo", acrescentou o porta-voz da JND, que rejeitou que tenha havido um momento "de alta permissividade" no uso desta substância.
A esse respeito, Calzada mostrou sua expectativa que, no marco da regulação do consumo de cannabis, "que está começando a se implementar este ano", no futuro a tendência ascendente se transforme "em um planalto e comece a ser descendente".
O consumo destas substâncias em jovens é, por sua ordem, de álcool, bebidas energéticas, maconha, tabaco e tranquilizantes.
Os responsáveis pela pesquisa advertiram ainda que, exceto pelo álcool, a maioria dos consumos é experimental ou ocasional.
Ainda segundo a pesquisa, quase dois de cada três estudantes uruguaios usou alguma droga nos últimos 12 meses e se constata um descenso do consumo habitual de álcool.
Em 2003, 55,9% dos indagados tinha ingerido uma bebida alcoólica no último mês, enquanto em 2014 esse número caiu para 38,7%.
A pesquisa também alertou sobre o consumo de bebidas estimulantes, chamadas energéticas, e a importância que tem o envolvimento dos pais para evitar o começo do consumo em idades prematuras.
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