17/07/2014 - 18:01h
São Paulo, duas vezes, Rio de Janeiro e Curitiba, uma vez cada, receberam os eventos com comida, tratamento médico, massagem, corte de cabelo, manicure e pedicure aos catadores e seus familiares
Propor a recuperação de carroças e dar dignidade e autoestima aos catadores de materiais recicláveis em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba são as propostas do projeto Pimp My Carroça, iniciado em junho de 2012 pelo grafiteiro Thiago Mundano, 28 anos. Ele se inspirou no programa de TV norte-americano Pimp My Rider, que turbinava carros antigos a fim de torná-los máquinas potentes.
Em cada uma das edições, quatro no total, os catadores foram submetidos a cuidados médicos, alimentação, massagem, corte de cabelo, manicure e pedicure " inclusive para suas famílias. Um pit-stop é realizado depois de a carroça chegar, passar por uma reforma estrutural e ganhar itens de segurança como retrovisores, faixas reflexivas, cordas, luvas, buzinas, e uma mensagem selecionada pelo público e escrita pelos grafiteiros. No final do dia, é organizada uma "carroceata" " exposição ambulante com as carroças recém-pintadas. Pelo menos 150 catadores e suas carroças foram equipados pelo projeto.
A iniciativa tem apoio da Parede Viva, incubadora de projetos socioculturais que usa a arte para conscientizar e engajar indivíduos em ações sociais. O projeto tem mais de 3.500 parceiros doadores de crowdfunding, que estimula a doação de recursos e ajuda a empreitada, com mais de R$ 63 mil arrecadados, entre apoiadores diretos, voluntários, comunicadores, artistas e grafiteiros.
As experiências e o olhar que eles têm sobre a cidade são o que valem, pois veem beleza e falam das situações cotidianas das ruas, que muitos de nós nem imaginam que acontecem, afirma Mundano
Foto: @pimpmycarroca/Facebook / ReproduçãoPelo menos 17 mil toneladas de lixo são despejadas por dia em São Paulo, com apenas 1% do total reciclado, e sendo que 20 mil carroceiros trabalham com esses materiais na capital paulista. De acordo com Mundano, as experiências e o olhar que eles têm sobre a cidade são o que valem, pois veem beleza e falam das situações cotidianas das ruas, que muitos de nós nem imaginam que acontecem.
Quando convidamos os catadores a participar dessa ação coletiva, nós os abordamos em seu trabalho poucos dias antes do evento, e muitos deles encaram com desconfiança, mesmo sabendo que a carroça será reformada, pintada, e equipada com itens de segurança. Por terem uma vida difícil, não acham que alguém irá ajudá-los.
Para o futuro, a meta é focar atenção e tempo em ações menores. Cada pessoa vai poder ajudar de alguma forma, sem depender da nossa estrutura, o que permitirá que o projeto se espalhe por outros locais, finaliza Mundano.
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