09/03/2015 - 14:01h
Testes e simulados são bons treinos para os alunos, mas devem conviver com outras formas de avaliação, dizem educadores. Se exagerada, a cobrança por resultados pode causar efeito contrário: jovens inseguros, competitivos e despreparados. Outro alerta é sobre não começar o processo antes da hora.
Andrea Ramal, especialista em educação, afirma que as provas são mais eficientes que a leitura de textos para fixar o conteúdo. "E como o Enem (Exame Nacional Do Ensino Médio) e os vestibulares são situações de alta tensão, quanto mais ele dominar esse processos, melhor."
Outra vantagem, de acordo com Andrea, é a possibilidade de avaliação constante, em que o Professor pode diagnosticar as dificuldades dos estudantes enquanto dá as aulas. "Mas, se for classificatório, colocando um aluno em primeiro lugar e outro em último, é ruim."
Professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Silvia Colello afirma que alguns colégios deslocam o foco para os exames. "O aluno não estuda para aprender", diz. "Muitas escolas têm uma postura de criar experts em provas. "No entanto, o extremo oposto é outro risco, segundo ela. "São necessárias essas situações formais de avaliação."
Na opinião de Silvia, antecipar simulados para o fundamental é prejudicial. "Temos de pensar a escola para cada ano, cada aluno. A criança acaba abrindo mão de sua curiosidade natural para se submeter a um ensino conteudista", diz. "Vejo que isso também acontece por pressão dos pais." A cobrança precoce, afirma, pode tornar o aluno mais individualista e competitivo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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