19/10/2015 - 12:01h
Aos poucos os cerca de 30 mil alunos da Universidade Federal de Sergipe (UFS) estão voltando à rotina de estudos. Após quase cinco meses de greve, as aulas referentes ao primeiro semestre letivo deste ano foram retomadas nesta segunda-feira (19) e só serão concluídas em 22 de dezembro.
Em nota oficial, a instituição de ensino informou ainda que o segundo semestre letivo de 2015 só vai começar no dia 18 de janeiro do ano que vem e vai terminar em 20 de maio. Esse calendário é válido para os campi São Cristóvão, Itabaiana, Laranjeiras e Aracaju (Hospital Universitário). As aulas serão retomadas somente no dia 26 de outubro no campus Lagarto.
A estudante do 6º período de Química Industrial, Mariana Alves Figueiroa, diz que aproveitou o tempo livre durante a greve para estudar e se dedicar ao novo estágio. “A partir de agora vai ser ainda mais ser corrido porque foram cerca de 140 dias em greve e o conteúdo do semestre todo terá que ser resolvido em dois meses”, reforça Michele de Matos dos Santos, que está cursando o 5º período de Administração.
“De certa forma nós estudantes de instituições federais já estamos acostumados com greves, esta é a terceira que acontece nos quatro anos que estou estudando na UFS. Agora temos que estudar o dobro para correr atrás do tempo perdido. Um curso que eu deveria concluir em cinco anos a previsão é que demore pelo menos sete, isso se não houver outra greve ano que vem como já estão espalhando em boatos”, desabafa Renata Rocha Lima, aluna do 9º período de Medicina Veterinária.
Taviano dos Santos Soares saiu do Timor Leste para estudar em Sergipe, ele está no 1º período de Engenharia Civil na UFS e diz que ficou surpreso com o tempo da paralisação.
“No meu país também tem greve, mas que geralmente só demora um dia e logo resolvem. Eu não sabia que aqui no Brasil demorava tanto, é difícil porque atrapalha os nossos estudos. As aulas estão sendo retomadas hoje e eu estou animado, mas espero que a informação de que tem outra greve prevista para março de 2016 não seja confirmada. A expectativa é que o governo resolva os problemas antes de o estudante ser novamente prejudicado com mais uma greve”, afirma o timorense.
Segundo o professor Alexandre de Melo Andrade esta primeira semana pós-greve será de ajustes nos programas de aulas e avaliações.
“Estamos chegando hoje e ainda não se tem muito claro quais foram os benefícios da greve. A paralisação comprometeu o calendário letivo que está em discussão e ainda não sabemos ao certo como as coisas irão proceder adiante. Nesses primeiros dias deve haver uma retomada do conteúdo ensinado no início do ano para depois dar uma continuidade e conseguirmos terminar o conteúdo previsto até dezembro”, explica Alexandre de Melo Andrade, professor da disciplina de teoria literária no curso de Letras.
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