Estudantes da UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro) estão acampados há mais de 48 horas no prédio educacional da instituição em Uberaba (MG) para cobrar melhorias na estrutura dos cursos.
O grupo distribuiu colchões e outros objetos no local, e também espalhou faixas com as reivindicações feitas à reitoria. As principais demandas do movimento são a contratação de mais Professores para atender aos novos cursos, a ampliação da assistência estudantil e a construção do restaurante Universitário.
Esta é a segunda vez que os estudantes ocupam o prédio educacional da universidade neste ano. Em fevereiro, um grupo ficou acampado por 30 dias na UFTM e só saiu por determinação da Justiça Federal.
Nesta quarta-feira (16), 25 alunos integrantes do movimento realizaram também uma manifestação em frente à casa do reitor da UFTM, Virmondes Rodrigues Júnior.
A estudante Marina Pinheiro afirmou que a ação ocorreu em protesto ao cancelamento de uma reunião extraordinária do conselho universitário, marcada para a terça-feira (15). A pauta discutiria as solicitações apresentadas pelos alunos no início do ano.
"Desde fevereiro estamos esperando essa reunião. É muito difícil marcar. Só conseguimos na segunda-feira e agora cancelou de última hora, sem motivo aparente", disse.
Entre os cartazes levantados durante a manifestação na casa do reitor, além das solicitações do movimento, foram verificadas faixas que chamavam o representante da universidade de "corrupto" e outros xingamentos.
RESPOSTAS
O reitor da UFTM afirmou que a reunião foi cancelada por causa do tumulto causado pelos estudantes no prédio educacional. Segundo ele, os manifestantes tiraram cadeiras das salas para impedir a realização das aulas na terça-feira.
Com isso, segundo Virmondes, uma parte dos conselheiros retirou o apoio à convocação extraordinária solicitada pelo movimento.
"São necessárias, no mínimo, 22 assinaturas para a convocação. Tínhamos 24, mas oito conselheiros retiraram o apoio após o que aconteceu na terça-feira", disse.
Questionado, Virmondes afirmou que as reivindicações do movimento estudantil estão sendo analisadas desde o ano passado.
De acordo com o reitor, a instituição já teve autorização para contratar mais professores e, na semana passada, uma equipe começou a distribuição das vagas para a abertura de novos concursos públicos. Além disso, ele afirmou que um novo campus está em fase de construção na cidade.
"Não há qualquer reivindicação do movimento estudantil que não tenha sido ou atendida, ou esclarecida ou esteja em processo de encaminhamento. É desproporcional o tamanho da reação deles ao conjunto de respostas", disse.
Em relação às ofensas contidas nos cartazes carregados durante a manifestação, o reitor considerou a postura como difamação. Ele disse que todos os contratos e relatórios
financeiros da atual gestão foram submetidos à análise do Ministério Da Educação e aprovados.
Virmondes afirmou que registrou um boletim de ocorrência e acionou o advogado para entrar com ação por dano moral contra os autores das mensagens ofensivas.