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Aluna com déficit auditivo vai cursar direito na UFPR: 'Novos horizontes'

07/02/2015 - 04:01h

Lívia Sargi lê um livro por semana e sonha ser juíza (Foto: Arquivo pessoal/Sosana Armentano)
Lívia Sargi visitou a UFPR e está animada com o início das aulas (Foto: Arquivo pessoal/Sosana Armentano)

A estudante Lívia Armentano Sargi, de 17 anos, ficou encantada com o campus da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba. A jovem de Jaboticabal (SP), aprovada em sexto lugar no curso de direito pelo Sistema De Seleção Unificada (Sisu), foi conhecer a Faculdade e a cidade onde vai passar os próximos anos. É uma ruptura muito grande com a minha antiga rotina. Mas representa um novo começo, novas chances e novos horizontes, disse Lívia, empolgada com tanta mudança.

A aprovação na UFPR é um passo importante no sonho de vida da adolescente de no futuro se tornar juíza. E uma vitória de quem compensou uma deficiência auditiva com muita paixão pelos estudos e pelo conhecimento.

Lívia tinha seis anos quando foi diagnosticada com uma perda neurossensorial bilateral moderada, que comprometia em 50% a sua audição. Ela já estava alfabetizada e passou e sentar na primeira fileira da classe para tentar entender melhor o que a professora dizia. E compensou a dificuldade em ouvir com uma paixão devoradora por livros.


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Paixão por livros
A estudante lê em média 30 livros por ano. Quando criança, eu não conseguia assistir televisão nem nada desse tipo porque não entendia o que era dito. Isso impulsionou a minha paixão pela literatura, explica Lívia, que tem em Jorge Amado, Charles Dickens e o espanhol Carlos Ruiz Zafón seus autores prediletos. "De certa forma, a deficiência contribuiu muito para eu me tornar uma boa aluna."

Tanta leitura ajudou Lívia a tirar nota 1.000 na redação do Exame Nacional Do Ensino Médio (Enem). Além da UFPR, ela também foi aprovada em primeiro lugar na Faculdade de Direito de Franca.

Lívia sabe quer fazer a diferença como bacharel em direito e um dia se tornar juíza.
Eu sempre ficava muito triste quando lia histórias e notícias de injustiças acontecendo pelo mundo. Quando eu tinha unas dez anos eu prometi pra mim mesma que, se um dia eu pudesse fazer algo pra mudar isso, eu faria todo o possível. E o direito foi a forma que eu encontrei de honrar isso, de fazer a diferença em uma coisa que sempre me pareceu precisar de mudança, afirma Lívia.

Perfil de juíza

Lívia Sargi no Parque Tanguá, em Curitiba (Foto: Arquivo pessoal/Rosana Armentano)
Lívia Sargi no Parque Tanguá, em Curitiba (Foto: Arquivo pessoal/Rosana Armentano)

A mãe de Lívia é advogada, e vê na filha potencial para chegar nos cargos mais altos da carreira de direito. Ela tem o perfil para ser juíza. Gosta muito de leitura, escreve muito bem, está sempre atenta a tudo o que acontece. Gosta muito de defender as minorias, muito feminista, a situação do negro e está sempre atenta aos problemas sociais, diz Rosana Armentano, mãe de Lívia.

Em meio aos estudos, a jovem também deu aulas de reforço escolar para estudantes carentes no Lar Santo André, instituição filantrópica ligada ao do Colégio Santo André, parceiro do FTD Sistema de Ensino, onde Lívia estudou desde o segundo ano do ensino fundamental.

Com o auxílio de aparelhos que ajudam a suprir sua deficiência auditiva, Lívia espera ter muito sucesso em uma carreira que exige também muita oratória, Lívia. A deficiência não afetou diretamente a minha oratória, explica. Nunca tive dificuldades para defender meus pontos de vista e acho que também não me impedirá de alcançar o meu objetivo.

Aos estudantes, ela dá o recado: Continuem se esforçando e lutando muito pelo que querem que a recompensa chegará.



Fonte: G1


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