24/01/2014 - 07:19h
A psicóloga fala, de forma clara e sem rodeios, sobre os tabus da educação
O que fazer se eu achar um cigarro de maconha escondido na gaveta do meu filho de 15 anos?
Como responder a uma menina que pede autorização para dormir em casa com o namorado?
Que limites devo impor aos garotos na hora de jogar videogame?
Esses e outros dilemas a respeito da educação de crianças e adolescentes costumam deixar pais de cabelo em pé. No último dia 12, 300 deles lotaram o salão nobre do Colégio Marista Arquidiocesano, na Vila Mariana, para assistir a uma palestra sobre a questão. A estrela do evento era a psicóloga paulistana Rosely Sayão, considerada a maior especialista nesse tema na cidade. Em duas horas de conversa, ela respondeu a tudo ao seu estilo, de forma direta, muitas vezes desmontando as premissas do interlocutor. "Fiz um combinado com minha filha...", dizia uma das presentes, antes de ser rebatida pela palestrante: "Olha, essa história de ‘combinado’ me irrita muito.
Com criança pequena, temos de dar ordem e não estabelecer tratos". No fim do encontro, ela resumiu para o auditório a filosofia que considera mais eficiente para nortear as decisões em momentos difíceis: "Sejam potentes ao falar com o filho, mesmo sabendo que fatalmente errarão em uma coisa ou outra. Confiem no próprio taco".
Rosely tornou-se uma referência em relações familiares falando no programa Seus Filhos, que vai ao ar seis dias por semana na rádio BandNews FM, e escrevendo uma coluna para o jornal Folha de S.Paulo há quase vinte anos.
Solicitada com frequência para consultoria e palestras em algumas das principais escolas da cidade, ela marca presença regular no Colégio Rainha da Paz, na Vila Madalena, e no Objetivo de Sorocaba, cidade a 100 quilômetros de São Paulo para a qual se mudou há um ano e meio, fugindo da correria daqui.
De duas a três vezes por semana, é conduzida por seu motorista particular à capital, onde promove um tipo peculiar de atendimento: reúne grupos de seis a dez pais na cozinha de um deles para prepararem juntos pratos como sopas e discutirem, diante do fogo brando, temas quentes sobre a criação de filhos.
"Adoro culinária, e assim todo mundo fica mais à vontade", diz ela, que cobra em torno de 1 000 reais por um encontro de duas horas (o cachê de palestras, bastante variável, pode passar dos 10 000 reais). Nas páginas seguintes, a psicóloga discorre sobre assuntos que tiram o sono das famílias. Os textos são acompanhados de ilustrações criadas por estudantes na faixa dos 13 anos, de seis escolas paulistanas, escolhidas entre 337 trabalhos feitos a pedido da revista para esta reportagem.
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