29/08/2014 - 08:01h
Newton Campos
sexta-feira 29/08/14
Semana passada tive a oportunidade de assistir uma apresentação sobre os jovens estudantes de 18 a 24 anos. Por conta de uma louvável iniciativa de uma das Escolas onde leciono, a FGV, dotada de um corpo Docente extremamente diverso também em idade, pudemos discutir e entender melhor esta parte da sociedade que nasceu entre 1990 [...]
Semana passada tive a oportunidade de assistir uma apresentação sobre os jovens estudantes de 18 a 24 anos. Por conta de uma louvável iniciativa de uma das Escolas onde leciono, a FGV, dotada de um corpo docente extremamente diverso também em idade, pudemos discutir e entender melhor esta parte da sociedade que nasceu entre 1990 e 1996 e que hoje se encontra nas salas de aula de Universidades e Faculdades de todo o mundo.
A apresentação foi levada a cabo pela consultoria brasileira Box1824, especializada em analisar este segmento da sociedade. Um de seus sócios, Andreas Auerbach (foto), ex-aluno da própria FGV, nos explicou as principais características encontradas nestes jovens estudantes, muitas das quais me identifico inteiramente, apesar dos meus 38 anos.
Hoje, os jovens Universitários de 18 a 24 anos de idade são jovens que:
1) São cada vez mais autodidatas e autônomos: aprendem o que lhes interessa e nos momentos necessários; mais de 50% quer ter seu próprio negócio no futuro;
2) Utilizam linguagens de aprendizagem não-lineares: começam lendo um link que descreve um jogo de futebol e terminam baixando um poema japonês do século XIX;
3) Se acostumaram ao chamado forever beta: sabem que os produtos e serviços que consomem quase nunca estão 100% terminados; sabem que sempre é possível atualizá-los ou melhorá-los da mesma forma como baixam novas versões de aplicativos para celular;
4) São mais colaborativos na escola e no trabalho: não se trata mais de ser visto como isso OU aquilo, de seguir esta OU aquela profissão; agora querem ser isso E aquilo, querem seguir esta E aquela profissão;
5) São otimistas pragmáticos: teorizam menos e fazem mais. Querem aprender fazendo e deixam de lado grandes ideologias ou assuntos polêmicos e negativos;
6) Aceitam a hierarquia consciente: questionam as estruturas hierárquicas injustificadas. Se uma pessoa possui mais poder, deve haver uma explicação aceitável para isso. Esperam que as organizações sejam tão flexíveis como eles, que muitas vezes também procedem de famílias desestruturadas porém flexíveis;
7) Exigem feedback constante: Desejam ver os resultados de suas ações de forma mais rápida, como nos videogames que indicam onde houve um erro e como repará-lo;
8) Procuram a informalidade: exigem maior informalidade e transparência nas relações pessoais e profissionais;
9) Querem uma maior integração entre escola, trabalho e vida pessoal: pois cada dia mais, levam estes três campos de suas vidas nos bolsos (em seus celulares);
10) Trocam carreiras por projetos: querem ver o propósito e o significado de suas ações em ciclos mais curtos, com começo, meio e fim.
Há outros aspectos, mas estes chamaram mais minha atenção.
Para os professores, o principal impacto desta realidade pode ser observado quando muitos admitem que se encontram ansiosos e frustrados por não conseguirem motivar e estimular o aprendizado de seus alunos, que rapidamente trocam sua atenção às aulas tradicionais por consultas ao celular.
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